O policial Igor Bandeira Matos ficou conhecido na última semana por pedir licença para poder fazer parte da megaoperação montada em Goiás que fazia buscas por Lázaro Barbosa, suspeito de cometer uma série de assassinatos na região Centro-Oeste do país.
Após toda repercussão, Igor conversou com a reportagem do ND+ e falou sobre a carreira e a intenção de pedir para ajudar na busca pelo então serial killer. O agente disse que foi mal interpretado e que não tinha a intenção de capturar o criminoso sozinho, mas sim compartilhar experiências.
Lázaro foi morto nesta segunda-feira (28) durante confronto com policiais que faziam parte da megaoperação montada para capturá-lo, em Goiás.

Igor foi fuzileiro naval da marinha, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. Para ele, o período dentro das Forças Armadas foram uma escola de vida. “Eles cobram muito que o militar seja voluntário no dia a dia, demonstre interesse, dedicação e empenho. Carrego isso na minha vida”, diz o policial.
Formado em direito, Igor ou no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) antes mesmo de concluir a faculdade. Ele conta que chegou a advogar por algum tempo, mas decidiu seguir a atual carreira.
Atualmente, Igor é lotado no Núcleo de Operações Táticas da Colônia Penal Agrícola de Palhoça, na Grande Florianópolis, onde já desempenhou funções istrativas e operacionais. O agente chegou a assessorar a deputada estadual Ada de Luca (MDB), então secretária da Justiça de Santa Catarina.
O “Rambo catarinense”, como ficou conhecido, já foi condecorado por ato de bravura. Ele salvou uma mulher que sofria uma tentativa de feminicídio, em Palhoça. Além disso, o policial também possui outros elogios que foram publicados no Diário Oficial do Estado.
Buscas por Lázaro e mal entendido 4p3x59
Quanto ao documento que circulou pela internet, Igor conta que tratou-se de uma minuta pedindo uma fração da licença prêmio, a qual o policial tem direito, mas que não foi tramitado oficialmente. “Em conversas com o da unidade o mesmo disse que precisava de mim aqui por ter muito a ser resolvido. Como concordei com ele, não impulsionei o mesmo”, explicou.
Igor explicou ainda que deixou claro que seria algo pessoal e não vincularia à instituição a qual pertence. O agente disse ainda que não tinha a intenção de capturar Lázaro sozinho.
“Na verdade queria somar trabalhando em equipe, o que pode ser feito de diversas formas colaborativas. Embora muitos tenham levado na brincadeira entendo que seria uma experiência fantástica de aprendizado com os demais envolvidos, inclusive devido à integração das forças que lá estão, aprendizado de novas técnicas e conhecimento de novas tecnologias o que poderia aplicar no meu trabalho”, diz o policial.
Experiência 6iq5t
Apesar do interesse maior em ajudar, Igor Bandeira Matos também explica que poderia contribuir com a megaoperação montada para capturar Lázaro.
Ele conta que já capturou vários detentos que tentaram escapar da Colônia Penal Agrícola de Palhoça. A unidade não possui muralha e é circundada por um matagal, características semelhantes ao local onde Lázaro estava escondido.

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A captura e morte do fugitivo Lázaro Barbosa, na manhã desta segunda-feira (28), não põe fim ao trabalho da Polícia Civil de Goiás. A partir de agora, a polícia vai investigar se o acusado de ter cometido múltiplos assassinatos atuava como jagunço na região, matando pessoas sob o comando de fazendeiros.
Ainda nesta manhã, a ex-esposa e ex-sogra de Lázaro foram conduzidas à delegacia para prestar depoimento.
A teoria de que Lázaro foi auxiliado por uma rede criminosa durante os 20 dias de fuga, ganhou ainda mais força após sua captura. Segundo o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, o acusado trocou de roupas várias vezes e, ao ser morto, estava com cerca de R$ 4,4 mil no bolso.
“Está caindo por terra a ideia de que ele [Lázaro] era um lobo solitário”, disse o secretário. Segundo ele, a Polícia Civil já está investigando a suspeita de que Lázaro agia como matador de aluguel e contou com o auxílio de pessoas que não queriam que ele fosse preso.