O tio do menino de 2 anos que estava desaparecido havia nove dias em Santa Catarina, diz acreditar que a mãe entregou a criança após um quadro de depressão-pós parto. Segundo entrevista ao ND+, a mãe “só fala dele”.
“A depressão dela é uma depressão pós-parto. Ela tinha 19 anos quando engravidou. Ela estava muito fragilizada. Ela ficou grávida na pandemia, em uma kitnet pequena, em um ambiente fechado sem o e ideal. Ela acabou cedendo a pessoas com más intenções, ficou com o emocional abalado”, conta Gaspar, humorista que ganhou notoriedade por seus vídeos junto com a ex-esposa, a alemã Lea Maria.

Um estudo feito pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA (o equivalente ao Ministério da Saúde do Brasil), divulgou em 2020 que a depressão pós-parto pode durar até três anos.
Questionado sobre os sinais da depressão, Gaspar afirmou que em alguns momentos era possível notar que a irmã estava depressiva, mas não que entregaria o filho.
A mãe da criança é mãe-solo e, segundo Gaspar, o pai nunca procurou a família ou prestou e à jovem.
“Ela registrou somente no nome dela. O pai nunca apareceu, nunca esteve presente. Nunca o procuramos, por ser a vontade dela, ela nunca se interessou em ter o pai por perto”, relata.
A informação sobre o emocional abalado da mãe da criança foi confirmada pela delegada titular do DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso ) de São José, Sandra Mara Pereira. Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (9), Sandra disse que a jovem teria sido aliciada para entregar a criança.
“A mãe foi convencida por conta da fragilidade dela. Ela ficou grávida muito jovem, ela não tem emprego. A fragilidade psicológica dela dificulta ela achar um trabalho”, afirmou a delegada.
A investigação irá apurar se a mãe, de 22 anos, foi paga para entregar o menino para a dupla com quem a criança foi encontrada na tarde desta segunda-feira (8). Ambos estão em prisão preventiva. Ainda segundo a delegada, a jovem nega ter tido qualquer vantagem financeira.
Como funciona a depressão pós-parto 4r6g18
De acordo com o site oficial do Ministério da Saúde, este tipo de depressão é uma condição de profunda tristeza, desespero e falta de esperança que acontece logo após o parto.
Os sintomas típicos da depressão pós-parto são melancolia intensa, desmotivação profunda diante da vida, ausência de forças para lidar com a rotina e muita tristeza, acompanhada de desespero constante.
Segundo o ministério, raramente a situação pode se complicar e evoluir para uma forma mais agressiva e extrema da depressão pós-parto, conhecida como psicose pós-parto. Essa condição é mais susceptível de afetar as mulheres que têm distúrbio bipolar ou histórico de psicose pós-parto.
Os sintomas, que começam geralmente durante as primeiras três semanas após o parto, incluem:
- Desconexão com o bebê e pessoas ao redor;
- Sono perturbado, mesmo quando o bebê está dormindo;
- Pensamento confuso e desorganizado;
- Vontade extrema de prejudicar/fazer mal ao bebê, a si mesma ou a qualquer pessoa;
- Mudanças drásticas de humor e comportamento;
- Alucinações, que podem ser visuais, auditivas ou olfativas;
- Pensamentos delirantes e irreais.
Após a criança ter sido encontrada, o ND+ não irá divulgar o rosto e o nome do menino para preservar a identidade dele, em respeito ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).