O empresário Felipe Francisco, preso nesta terça-feira (15) em ville, no Norte de Santa Catarina, já havia sido detido em 2017 por exercer ilegalmente a profissão de nutricionista e receitar medicamentos para emagrecimento sem autorização. O homem foi detido pela operação Venefica, que investiga um esquema criminoso em clínicas de estética no Estado. A equipe envolvida na investigação concedeu uma entrevista coletiva e explicou detalhes do caso.

Segundo o delegado José Gattaz Neto, o empresário sofisticou o esquema criminoso após ser solto. “Ele elaborou ainda mais o projeto criminoso e verificou o que havia cometido de errado da primeira vez”, explica Gattaz.
Ainda de acordo com o delegado, o suspeito contratou médicos, biomédicos, nutricionistas e outros profissionais para atuarem na clínica, que se apresentava como multidisciplinar. No entanto os profissionais não realizavam consultas e apenas assinavam os receituários, que ficavam prontos para utilização da equipe na clínica.
“Ele e sua equipe preenchiam as receitas, compravam os medicamentos controlados e os aplicavam nos pacientes”, afirma o delegado. Ainda de acordo com Gattaz, alguns dos medicamentos utilizados não eram permitidos no Brasil.
O faturamento do empresário variava entre R$ 100 mil e R$ 200 mil, segundo Gattaz, mas há indícios de que os valores sejam ainda maiores, já que o suspeito estaria sonegando impostos.
Em entrevista à NDTV Record nesta terça-feira, o advogado Júlio César Vargas, que acompanha o caso, afirmou que ainda não havia tido o aos autos da investigação. A reportagem do Portal ND+ procurou Vargas ao longo do dia para maiores explicações, porém ele não foi localizado.
Suspeitos devem responder por diversos crimes 4qg35
A Polícia Civil cumpriu 50 mandados de busca e apreensão, seis prisões preventivas e quatro prisões em flagrante durante a operação realizada nesta terça-feira. De acordo com o delegado Rafaello Ross, os suspeitos devem responder por organização criminosa, falsificação e adulteração de produtos terapêuticos e medicinais, falsificação de documentos e exercício ilegal da profissão.
Durante a ação, a Vigilância Sanitária realizou a apreensão de produtos e medicamentos utilizados irregularmente nas clínicas investigadas. Os quatro estabelecimentos que não possuíam autorização para funcionar foram interditados, e deverão permanecer fechados até que regularizem a situação.
“Elas precisam regularizar istrativamente a sua atividade junto à Vigilância Sanitária para a desinterdição”, explica o gerente do órgão, Alisson Domingos.
Investigado ostentava vida de luxo 1w2t5o
De acordo a promotora de Justiça, Elaine Rita Auerbach, o investigado na operação Venefica ostentavam uma vida de luxo, incompatível com a atividade exercida por eles. “Esse é um dos motivos que levantou suspeitas desde o início das investigações”, explica a promotora.
“Bastava um o às redes sociais e já se demonstrava que o patrimônio acumulado era incompatível”, comenta Auerbach. Segundo a promotora, o investigado fazia uso de carros importados, motocicletas de alto valor, relógios caros e altos gastos em cartão de crédito, o que levantou suspeitas de irregularidades, já que os valores eram muito superiores ao que o suspeito declarava e que poderia receber exercendo a profissão de forma lícita.
*Com informações de Felipe Bambace, repórter da NDTV Record.