‘Estava feliz e realizando um sonho’, diz amiga de mulher assassinada em hotel de Lages 4322v

Thays Greice Barboza, de 29 anos, foi encontrada morta com sinais de agressão; ela enviou uma mensagem antes do crime: "guri estranho"

“Uma pessoa incrível, fantástica, encantadora, iluminada”. Ainda emocionada e sem acreditar no ocorrido, assim a amiga – ou melhor, em suas palavras, “eterna irmã” – Evelyn Caroline de Carvalho descreve Thays Greice Barbosa, de 29 anos, que foi encontrada morta em um quarto de hotel de Lages, na Serra Catarinense, na noite de quarta-feira (7).

Momentos antes do crime, a vítima havia mandado uma mensagem para uma colega com um alerta: “Amiga, achei esse guri estranho”.

Thays Greice Barboza foi assassinada em um hotel de Lages, na noite de quarta-feira (7) – Foto: Reprodução/InstagramThays Greice Barboza foi assassinada em um hotel de Lages, na noite de quarta-feira (7) – Foto: Reprodução/Instagram

Evelyn Caroline conta que conheceu Thays Barboza em 2015, quando começaram a trabalhar juntas como recepcionistas de clínicas de saúde em Florianópolis.

“Ficávamos perto, então nos conhecemos ali no nosso dia a dia, até que se tornou uma linda amizade. Na verdade, melhor dizendo, uma irmandade. Porque a gente tinha ela como uma irmã, tenho ainda, como uma eterna irmã. Não caiu minha ficha ainda que isso está acontecendo”, lamenta.

As duas dividiam os dias separadas apenas por um balcão.

“Nosso convívio era maravilhoso, a gente ria, brincava, contávamos nossos estresses… é muito difícil falar dela”, complementa Evelyn.

A amiga garante que os elogios não são à toa, e eles vêm de qualquer pessoa que conhecia Thays.

“Ela era uma pessoa incrível. Não tinha tempo ruim, estava sempre muito feliz, brincando com a gente. Eu chegava estressada e ela falava: ‘Não, não se estressa, não precisa!’

“Estava feliz e realizando um sonho” 2ef4s

Thays Barboza e Evelyn não se falavam há cerca de um mês. “Por causa da correria da vida mesmo. Ela com serviço, estudo, e eu com faculdade, trabalho, filho… por isso acabamos nos afastando um pouco”, relata a amiga.

Quando tiveram um último contato, Evelyn estava contente com o rumo da amiga. “Ela estava feliz, porque estava realizando o sonho dela que era trabalhar com estética, fazer o curso dela, que tanto queria, abrir um negócio próprio”.

Ela conta que até então, Thays ainda vivia na Grande Florianópolis. “Eu não sabia que ela estava em Lages, porque ela não morava lá, pelo menos até um mês atrás.”

Choque ao ver as notícias 4k132q

Evelyn Carolina revela que ficou sabendo da morte da amiga com muita surpresa. “Eu estava no Instagram, e uma amiga nossa em comum publicou uma foto dela falando ‘descanse em paz’. Eu vi isso e não acreditei, fui atrás para ver se realmente era ela. ou um filme na minha cabeça, estou até agora sem acreditar. É muito doido, a gente vê isso acontecer e pensa que nunca vai acontecer com um amigo.”

Ela também não fazia ideia que a amiga trabalhava como garota de programa, fato que causa espanto e muita “preocupação”, revela.

“Eu não sabia que ela estava trabalhando como garota de programa. Ela me chamava de irmã mais velha, porque eu sempre brigava com ela quando via algo que não concordava, puxava a orelha dela para tudo. Então ela jamais iria me contar”, explica.

“Fiquei pensando: ‘meu Deus, eles vão focar na parte do garota de programa e esquecer que é um ser humano que está ali, em cima de uma cama, morta. Que era uma pessoa incrível, que não fazia mal para ninguém, muito pelo contrário, ajudava muitas pessoas, tinha um carisma, um abraço, um conselho sempre a dar’. Isso pesou muito na minha mente, infelizmente existe um grande preconceito sobre isso”, conclui.

Imagens de câmeras de segurança podem identificar suspeito 6u2ut

O delegado responsável pela investigação do caso, Davyd Girardi, informou que analisa imagens das câmeras de segurança do hotel e de estabelecimentos localizados nas proximidades para obter mais informações sobre o suspeito e o crime.

Às 19h25 de quarta, Thays mandou uma mensagem para uma amiga: “Amiga, achei esse guri estranho” – Foto: Reprodução/NDÀs 19h25 de quarta, Thays mandou uma mensagem para uma amiga: “Amiga, achei esse guri estranho” – Foto: Reprodução/ND

A reportagem do ND+ fez contato com o Hotel Cattoni, que esclareceu que as imagens de videomonitoramento do estabelecimento “provavelmente” são suficientes para identificar o autor do crime.

Os representantes do hotel informaram que rearam todas as informações necessárias para a polícia e não estão autorizados a ar mais detalhes.

Uma loja de órios de veículos, que fica ao lado do hotel, também foi contatada pela polícia. No entanto, conforme explica o responsável pelo comércio, a câmera de segurança da loja não está funcionando.

Além disso, ele afirma que nenhum funcionário percebeu algum tipo de movimentação estranha no momento do crime.

Até o final da tarde desta sexta, a Polícia Civil seguia realizando diligências. O delegado Davyd Girardi explica que não pode revelar mais detalhes sobre a investigação e o suspeito no momento.

“Assim que a investigação evoluir poderemos ar novas informações”, garante o delegado.

O crime foi registrado como homicídio doloso no registro da PM (Polícia Militar). De acordo com o Davyd Girardi, a polícia ainda apura as circunstâncias para definir se foi um homicídio, latrocínio ou feminicídio.

“Amiga, achei esse guri estranho” 6r1330

Thays Greice Barboza foi encontrada morta na cama de um quarto do Hotel Cattoni, na região central de Lages, por volta das 22h desta quarta-feira (7), por uma amiga e colega de profissão.

Ela havia mandado uma mensagem, via Whatsapp, às 19h25 com a seguinte mensagem: “Amiga, achei esse guri estranho”.

A PM fez contato com a amiga, que informou que encontrou a porta do quarto encostada e a vítima morta. A mulher estava sobre a cama, defecada, com o rosto roxo e escoriações no nariz e boca, além de um rasgo na calcinha que estava usando, conforme a descrição dos policiais.

Thays Barboza foi assassinada em quarto de hotel na área central de Lages – Foto: Reprodução/Google Street ViewThays Barboza foi assassinada em quarto de hotel na área central de Lages – Foto: Reprodução/Google Street View

Alguns pertences, como uma mala, roupas, carteira (sem dinheiro), cartões de crédito e sacola de roupas, estavam espalhados sobre a cama. O aparelho celular da vítima não foi encontrado.

Thays tinha 29 anos, e era natural de São José, na Grande Florianópolis.

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