Os dois guardas municipais de Itajaí envolvidos na abordagem polêmica a um jovem de 17 anos que vendia doces na rua Hercílio Luz, na última segunda-feira (13), foram afastados das ruas até a conclusão da sindicância.
Inicialmente, o comando da Guarda Municipal não afastou os guardas por não enxergar excessos na abordagem ao jovem. No entanto, na noite de quarta-feira (16), o prefeito Volnei Morastoni (MDB) pediu desculpas em nome da Guarda.

Ainda na quinta-feira (16), Volnei Morastoni solicitou ao comando da Guarda Municipal que os dois agentes fossem afastados dos trabalhos nas ruas até que tudo esteja devidamente esclarecido. O pedido foi prontamente atendido pelo comando, que a dupla foi afastada no mesmo dia.
Morastoni também solicitou à Corregedoria da secretaria de Segurança rapidez nos trabalhos da sindicância que está apurando toda a ocorrência. Nos próximos dias, o prefeito se reunirá com comando e efetivo da Guarda Municipal e novas ações poderão ser tomadas.
“A criação da Guarda Municipal foi um anseio da sociedade itajaiense e ela deve manter sempre uma conduta humanitária e próxima da comunidade, como idealizada. Seguimos trabalhando neste sentido e, ao mesmo tempo, continuamos dando apoio e e ao adolescente e a sua família”, reforça o prefeito.
A sindicância tem prazo de 30 dias para ser finalizada e após a conclusão, o corregedor da Guarda Municipal vai decidir se os agentes sofrerão alguma medida disciplinar. “A partir de agora, será instaurado procedimento de investigação preliminar, que visa a averiguação de todos os fatos e, caso seja constatado algum excesso, as medidas cabíveis serão tomadas”, diz uma nota da GM.
Prefeito de Itajaí pede desculpas por ação da Guarda Municipal contra jovem ambulante – Vídeo: Reprodução
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De acordo com a família do jovem, agora, o foco é buscar recomeçar, após o que classificam como um trauma para o adolescente, que sonhava em seguir carreira militar.
“Ele não consegue sair mais na rua”, conta a mãe do garoto. A família mora em Navegantes, mas o adolescente ia para Itajaí vender o doce para complementar a renda e realizar o sonho.
O sonho está mais próximo: com a repercussão do caso, o jovem ganhou um curso preparatório para o concurso que pode garantir o ingresso dele na academia. Mas, como a prova é só em setembro do próximo ano, a família busca, agora, maneiras de complementar a renda, já que não podem mais contar com a venda de alfajor.