
A Polícia Civil do Maranhão cumpriu mandados de busca e apreensão em Balneário Camboriú na manhã desta terça-feira (3) durante a operação Jogo Desigual, que investiga um influenciador suspeito de integrar um grupo criminoso que promovia jogos de azar.
A ação contou com o apoio da Polícia Civil de Santa Catarina e também atua nas cidades maranhenses de Vitória do Mearim e São Luís.

Como parte da operação, houve o bloqueio de R$ 8.497.559,44, além do sequestro e apreensão de duas Lamborghinis, Range Rover Velar, BMW X6 e uma caminhonete Ranger.
Além de divulgar jogos, Pedro Allan Ceglio Lopes exibe nas redes sociais uma vida luxuosa, com carros, viagens e compras.
Além dos carros, mais de de R$ 8 milhões foram bloqueados. – Vídeo: Divulgação PCMA/ND
Imagens readas ao ND Mais pela Polícia Civil do Maranhão mostram um vídeo publicado nos stories em que o influenciador aparece contando maços de dinheiro.

Influenciador suspeito por esquema de jogos de azar 3k5d1v
Segundo a polícia, o grupo utilizava redes sociais para divulgar o jogo de azar conhecido como “Roleta”, atraindo vítimas por meio de falsas promessas de lucros altos e garantidos.
Os seguidores eram incentivados a se cadastrar e depositar quantias em plataformas controladas pelos criminosos.
O influenciador digital, principal investigado, teria consolidado atuação no Maranhão, onde angariou um grande número de seguidores e, consequentemente, vítimas do esquema.

Com os valores obtidos ilegalmente, ele teria construído um patrimônio milionário, investindo em imóveis de alto padrão e carros de luxo em Balneário Camboriú. Ele teria registrado os bens em nome de outras pessoas para ocultar as origens ilícitas.
Além da prática ilegal de jogos de azar, ele também é investigado por lavagem de dinheiro, utilizando laranjas e empresas fictícias para disfarçar a movimentação dos valores.
As investigações seguem em andamento para identificar outros membros do grupo criminoso e aprofundar a apuração dos crimes cometidos.
Ao ND Mais, a assessoria jurídica do influenciador enviou uma nota nesta quarta-feira (4). Nela, Pedro diz negar veementemente “qualquer envolvimento em atividades ilícitas e reitera sua confiança plena na Justiça”. Leia:
Até o presente momento, não houve qualquer condenação, sendo prematuro e irresponsável qualquer julgamento antecipado por parte da opinião pública ou da mídia.
O processo encontra-se em fase de apuração/investigação, e estamos colaborando com todas as autoridades competentes, prestando os esclarecimentos necessários.
Importante esclarecer que toda a atividade exercida sempre foi pautada no respeito e honestidade com o seu público, e que todos os seus trabalhos de divulgação de casas de apostas são regulamentados.
Reforçamos o compromisso com a verdade e o respeito ao devido processo legal, e solicitamos responsabilidade na divulgação das informações, evitando pré-julgamentos que possam causar danos irreparáveis à imagem e à honra do envolvido.
Sobre a operação r3u3i
O nome da operação “Jogo Desigual” faz referência à desvantagem enfrentada pelos apostadores em relação à plataforma de jogos, que detém controle total sobre os resultados, comprometendo a transparência e a equidade do sistema.
“A expressão também remete à desigualdade social evidente entre os envolvidos: de um lado, o explorador do esquema, que acumula milhões e reside em Balneário Camboriú, uma cidade conhecida por seu alto padrão de vida; do outro, os jogadores, muitos em situação de vulnerabilidade financeira, residentes de Vitória do Mearim/MA, município marcado por baixos índices socioeconômicos”, completou a polícia do Maranhão.
A operação teve apoio operacional da Polícia Civil de Santa Catarina e e logístico da DIOPI (Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência) da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública (SENASP/MJSP).
A ação foi realizada no âmbito do Projeto I.M.P.U.L.S.E., vinculado ao ENFOC (Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas).