Um aparelho celular, apreendido na primeira fase da Operação Presságio, revela detalhes importantes de como funcionava o esquema de desvios de recursos públicos por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis. Em uma das mais de três mil conversas analisadas pela Polícia Civil, um dos suspeitos afirma que ainda seria preso pelos desvios.

O inquérito policial, ao qual a reportagem do Grupo ND teve o, tem quase 700 páginas.
Suspeito diz que “ainda vai ser preso” em troca de mensagem 1h384x
O documento mostra diversas trocas de mensagens entre um dos investigados, Renê Raul Justino, preso na segunda fase da Operação Presságio e proprietário do aparelho celular, afirmando que “ainda seria preso” pelas irregularidades demonstradas na investigação.
No trecho, Renê conversa com Adriano Ribeiro, funcionário em comissão exonerado do cargo que ocupava junto à Câmara Municipal na sexta-feira (28). Ele diz que “um dia vai ser preso por isso” e que vai começar a “falsificar dinheiro”.
A mensagem de Renê foi encaminhada logo após recebimento de uma transferência via pix, no valor de R$ 850,00, feita por Adriano. Segundo a investigação, a movimentação aconteceu para justificar uma nota falsificada.

Investigados debocham de ações da Polícia Civil de Santa Catarina 5o393r
Em outra conversa, interceptada pela Polícia Civil no dia 08 de dezembro de 2022, Renê Justino recebe a notícia de uma operação da Polícia Civil desencadeada naquela data.
Justino responde que “bom é que ainda não é nossa”. Na sequência, recebe um áudio onde Ramon afirma que “nem vai ser! Nem vai ser! Depois te explico o porquê”.
Segundo o inquérito policial, Ramon pediu exoneração de seu cargo na prefeitura e, depois disso, continuou prestando serviços para a secretaria.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Renê Justino e aguarda posicionamento.
Operação Presságio investiga desvios de recursos públicos 631i44
A ofensiva investiga ilegalidades cometidas em rees de verbas da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, por meio de contratos de fomento, para instituições não governamentais. Segundo a Polícia Civil, os valores eram destinados ao enriquecimento ilícito dos investigados.
Na terceira fase da Operação, Kelly Mattos de Figueiredo, então Secretária Municipal do Continente, foi exonerada do cargo. Além dela, foram solicitados mais cinco afastamentos de servidores, apontados como envolvidos no esquema.