“Politraumatismo”, foi o que apontou o laudo cadavérico do menino, de 2 anos, que morreu após dar entrada no Hospital Santa Luzia, em Ponte Serrada, no Oeste de Santa Catarina. Ele foi levado à unidade de saúde por uma vizinha na noite do último sábado (5) com marcas de suposta agressão.
A criança morava com a tia, que é suspeita do crime e foi presa temporariamente na noite de quinta-feira (10), em Videira, no Meio-Oeste do Estado. “Ele tinha várias lesões, inclusive internas e graves”, disse o delegado da Polícia Civil, Marcelo Teske, nesta sexta-feira (11).

Teske revelou que foram identificadas várias contradições no relato da mulher, tanto à polícia quanto para pessoas próximas da família. Para a vizinha, a tia disse que o menino caiu. Aos médicos, contou que estava lavando roupa e encontrou a criança agonizando na cama. Em outra situação, descreveu que ele estava brincando, subiu em um raque e um televisor antigo que estava em cima do móvel caiu sobre ele.
A criança morava com a tia, o tio e outras seis crianças. Testemunhas relataram que já haviam ouvido gritos e agressões contra as crianças. Um boletim de ocorrência sobre maus-tratos já havia sido registrado em outra situação e o Conselho Tutelar chegou ir até a casa da família que, segundo o delegado, ava por dificuldades.
“O tio chegou a dizer que quebrou o televisor e o raque e o jogou nos fundos do terreno, mas imagens feitas pela perícia logo após a morte do menino, confirmaram que o eletrônico estava embaixo de uma mesa da sala e não em cima do raque, conforme relatado”, destacou Teske.
O delegado ressaltou, ainda, que a perícia apontou lesões contundentes que não eram compatíveis com a queda de um televisor sobre a criança. O médico também foi questionado e disse à polícia que lesões como as do menino só poderia ter sido ocasionadas caso ele tivesse uma queda do telhado, por exemplo.

A tia cuidava das crianças em casa na data do crime, já o tio estava no trabalho conforme foi identificado pela folha ponto da empresa, por isso, a polícia descartou a sua participação.
A mãe do menino 34404x
Teske informou que a mãe do menino, e de outras quatro crianças que estavam na casa, estava trabalhando em Brusque (SC) e não tinha condições de levar os filhos, por isso eles estavam sob os cuidados dos tios. Ela enviava dinheiro para ajudar com as despesas e visitou as crianças duas vezes nos últimos dois meses.
Após a prisão da tia do meninos, as outras crianças foram recolhidas pelo Conselho Tutelar. “Serão colhidos maiores elementos para conseguir esclarecer o que realmente aconteceu, mas temporariamente a tia segue presa e à disposição da Justiça”, concluiu o delegado.
O Inquérito Policial ainda não foi concluído, mas devido ao desencontro nas informações readas pela tia em diferentes momentos, a Polícia Civil solicitou ao Poder Judiciário pela prisão temporária.