Mais dois homens foram assassinados no Norte da Ilha, em Florianópolis. Eliton Pereira e Douglas Henrique trafegavam de carro na rua Fabriciano Inácio Monteiro, no Morro do Mosquito, na região da Vargem do Bom Jesus, quando o Gol em que eles estavam foi metralhado.
A polícia contou mais de 20 tiros na lataria do veículo. Os disparos, segundo policiais da Delegacia de Homicídio, foram feitos por um homem na garupa de uma motocicleta que vinha perseguindo o veículo.

Eliton e Douglas tinham agens policiais por tráfico de drogas e furtos. Com estes dois crimes, sobe para 17 o número de assassinatos em Florianópolis este ano, número considerado alto para o início de 2017.
Para o delegado da Homicídios, Ênio de Oliveira Matos, o motivo seria briga entre traficantes da região. Eliton e Douglas moravam em Canasvieiras. “A bruxa está solta no Norte da Ilha”, comentou o policial.
Crime não teria relação com os imes entre PGC E PCC
Ele ressaltou que a motivação destes dois crimes não tem relação com a guerra declarada entre as facções paulista PCC (Primeiro Comando da Capital) e a catarinense PGC (Primeiro Grupo Catarinense) pela disputa de pontos de drogas no Norte da Ilha, que na semana retrasada culminou no assassinato de quatro pessoas na região. Ilha.
A facção paulista vem expulsando traficantes rivais da comunidade do Arvoredo, mais conhecida por Favela do Siri, tentando estabelecer domínio territorial. Quatro traficantes expulsos e perseguido pelo PCC foram brutalmente assassinados nos últimos sete dias.
Para tentar resgatar a sensação de segurança, a Polícia Militar está com barreira fixa na região. Há cerca de oito dias com o policiamento reforçado no o à favela do Siri, os policiais apreenderam cerca de 5kg de maconha e petecas de cocaína. Não ocorreram prisões.

PM emite comunicado sobre as mortes em ocorrências na cidadae
A violência no Norte da Ilha, região mais cobiçada pelos turistas, iniciou nas primeiras horas de 2017, com o assassinato da turista gaúcha, Daniela de Oliveira Soares, 38. Naquela madrugada, ela acionou um aplicativo para cortar caminho e entrou em território dominado pelo PCC. Um adolescente assumiu o crime e alegou que pensou que fosse um carro de traficantes rivais.
Sobre a violência no Norte de Florianópolis, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Henrique Hemm emitiu nota ressaltando que está realizando operações diárias e de inteligência, mas que a segurança pública não é exclusividade de um único órgão do Estado e que os órgãos públicos e a sociedade precisam agir em conjunto.
>> Confira a nota na íntegra: 4v6y16
“Sobre as mortes ocorridas no Norte da Ilha no final de semana dos dias 14 e 15 de janeiro, embora o fato já tenha sido pautado pelo Centro de Comunicação Social (CCS), através de nota, considerando, no entanto, novas indagações da imprensa, a Polícia Militar esclarece ainda que:
1. Somente nos primeiros 16 dias do ano de 2017 foram realizadas 64 prisões naquela região, sendo que 76% dos conduzidos já possuíam envolvimento com a prática de crimes, e o consequente registro policial, assim sendo, já haviam sido presos pela Polícia Militar, ou seja, já poderiam estar sob a custódia do Estado e portando, não estariam envolvidos na fatalidade.
2. Entre os adultos presos pela Polícia Militar, 72% já possuíam agem policial, e entre os adolescentes, este índice aumenta para 100%.
3. A Polícia Militar tem realizado operações diárias e de inteligência, alternando as localidades, horários e metodologias de atuação, o que vêm rendendo bons resultados na apreensão de drogas e recaptura de indivíduos foragidos da justiça.
4. Neste sentido, a Polícia Militar esclarece à população que, sem se eximir das suas responsabilidades, segurança pública não é exclusividade de um único órgão do Estado.
5. Uma comunidade que convive com os problemas de segurança relacionados ao tráfico de drogas necessita de educação, saúde, assistência social, infraestrutura, justiça, direitos humanos, entre outros órgãos que promovam a inclusão social dos seus habitantes. Não havendo estas presenças, torna-se comum que o tráfico e a criminalidade se instalem e utilizem estas necessidades como arma de controle, trazendo sensação de insegurança para o “cidadão de bem”, que só percebe a presença do Estado nos momentos de restabelecimento da ordem pública, com a presença da Polícia Militar.
6. Os órgãos públicos e a sociedade precisam agir em conjunto, para que se inicie um trabalho nas causas da criminalidade. Enquanto ficarmos focados tão somente nas consequências, visão culturalmente já arraigada em nossa sociedade, e que gera conforto para alguns e desconforto para outros, não acharemos a solução para os problemas de segurança pública.
7. Cabe frisar que desde o início dos acontecimentos até o presente momento, a Polícia Militar é o único órgão do Estado que esteve ou se faz presente no local visando garantir a segurança e dar assistência à comunidade.”