A blumenauense Maria Eduarda Poleza, fundadora do projeto social “Alimentando Necessidades”, que está sendo alvo de uma investigação da Polícia Civil de Blumenau, no Vale do Itajaí, prestou depoimento na tarde desta terça-feira (4). O projeto ou a ser investigado após boletins de ocorrência serem registrados acusando a iniciativa de fraude. Porém, antes de a polícia iniciar o inquérito, a ONG já estava sendo denunciada nas redes sociais.

O delegado que está a frente do caso, Felipe Orsi, informou que a investigada afirmou que o projeto de fato existe. “Foram acostadas ao procedimento notas fiscais e extratos bancários para demonstrar a movimentação financeira e também o que receberam de doações por parte dos doadores”, disse Orsi.
Ele ainda destacou que o trabalho da Polícia Civil daqui pra frente será no sentido de verificar se as informações são verídicas, se essas doações foram, de fato, revertidas para os destinatários finais e se os valores se equilibram. ” Ou seja, se as doações recebidas são revertidas na totalidade para esses moradores de rua”, explicou o delegado.
Entenda o caso 3p139
O caso ganhou repercussão nas últimas semana após um grupo anônimo especializado em pesquisas de dados públicos na internet expôs uma série de informações que levantaram suspeitas em relação a atuação do projeto Alimentando Necessidades.
Na espécie de dossiê, o grupo especializado em Osint – termo usado para descrever informação obtida em fontes disponíveis ao público em geral, explicou que fez uma ação conhecida por engenharia social e encontrou várias falhas nas histórias contadas pelas coordenadoras do projeto, questionou a veracidade de algumas histórias e pôs em dúvida até a existência de uma delas.
A história ganhou repercussão principalmente no Twitter, onde foi batizado de Marmitagate – em alusão ao escândalo político de Watergate – e se tornou um dos assuntos mais comentados no país.
Além da Polícia Civil, o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) também acompanha a repercussão do caso. Na última quarta-feira (28) o MPSC divulgou uma nota explicando que recebeu duas representações sobre a suspeita do suposto projeto social.