Rozalba Maria Grime, de 26 anos, e Zulmar Schiestl, de 44, se conheceram há cerca de seis anos. Neste tempo, cumpriram todos os ritos de um relacionamento de cidade pequena. Namoraram por alguns anos e casaram-se em Canelinha, na Grande Florianópolis. Ela, natural da cidade, cresceu ali mesmo. O homem, tijuquense, residiu por algum tempo em Guabiruba, onde trabalhava até o fim do último mês.
Viviam uma vida sem holofotes quando, no dia 28 de agosto, foram presos por suspeita de envolvimento na morte de uma grávida encontrada no interior da cidade.
Rozalba confessou o crime e disse que as duas eram amigas. Zulmar afirmou desconhecer o relacionamento da esposa com a jovem. Ele nega ter participação na morte.

Morador de Canelinha, Marciano Machado conhece a família da acusada e costumava encontrá-los nas ruas ou em festas e eventos da pequena cidade de 12 mil habitantes. “Aqui todo mundo sabe quem é quem aqui. Eu sempre via eles, eram bem tranquilos, a gente nunca ia desconfiar”, diz.
O crime chocou a cidade e o país. Além da brutalidade do assassinato, Marciano conta que ficou perplexo ao descobrir que o casal teria participado do homicídio. “Eram normais, não tinha nada de diferente neles”, conta.
Em depoimento à Polícia Civil, no dia 28 de agosto, Rozalba confessou que simulou uma festa de chá de bebê e atraiu a vítima até uma cerâmica abandonada no interior da cidade. Lá, atingiu com um tijolo a jovem por diversas vezes e, com a vítima já desmaiada, cortou a barriga e tirou a bebê do ventre da mulher.
Depois do crime, fugiu como se nada tivesse acontecido e simulou um parto na estrada. Ao menos durante os último oito meses, a acusada contava a mentira de que também estava grávida.
Com uma vida comum, Rozalba era costureira. Atualmente trabalhava em uma malharia, mas estava afastada durante a pandemia por causa da falsa gestação. Já Zulmar trabalhava na empresa de caminhões do irmão.
Segundo o policial civil Leandro Pedro Rodrigues, que investiga o caso, Zulmar não ava as semanas em Canelinha. “Ele ia para a Guabiruba na segunda-feira e retornava somente às sextas”.
No entanto, no dia do crime, especificamente, a polícia descobriu que ele ficou em casa para acompanhar a esposa nos últimos dias de gestação.
Apesar de não ter agem pela polícia, Zulmar possui um boletim de ocorrência por violência doméstica em seu nome. Conforme a Polícia Civil, o registro foi feito por Rozalba em 2017, após uma discussão do casal. Ela decidiu não dar prosseguimento.

Família deixou a cidade 511pd
Caçula, Rozalba tem apenas um irmão mais velho, com quem, segundo Marciano, era muito próxima. Ela constantemente frequentava a casa dos pais que, após o crime, deixaram a cidade.
Com medo de represália por causa da morte da jovem, nenhum parente fala sobre o caso. “Eles saíram daqui, estão muito chocados com tudo o que aconteceu”, comenta Marciano.
Responsável pelas investigações, o delegado Paulo Alexandre Freyesleben e Silva conversou com os pais de Rozalba. Segundo ele, a família acreditava na gravidez da mulher.
“Eles não sabiam da mentira. Até pelas mensagens, redes sociais e como a acusada envolveu todos naquela ‘gravidez’, eles não tinham como saber”, contou.
Nas redes sociais, Rozalba postava fotos e fazia menção de que estava cada vez mais perto de ganhar o bebê. Em agosto, a mulher chegou a fazer uma rifa para arrecadar fraldas. O nome da criança que havia escolhido era Antonella.

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Veja um trecho do depoimento 611p6f
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Rozalba Maria Grime b5i2j
A nova defesa de Rozalba ainda não foi divulgada. Após o pedido de sanidade mental ser protocolado pelo antigo defensor, a acusada solicitou um novo advogado público.
Responsável pela nomeação, o juiz do processo indicou uma pessoa que tem até 10 dias para se manifestar. O prazo encerra nesta sexta-feira (18).
Zulmar Schiestl
“A defesa do senhor Zulmar, através seu advogado, Dr. Ivan Roberto Martins Junior, tem a dizer que comprovará a sua inocência durante a instrução processual, bem como não medirá esforços até que venha à tona a verdade, qual seja, o fato de que o mesmo não teve nenhum tipo de participação nos crimes dos quais está sendo injustamente acusado”.