Em uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (28) a Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais) explicou como a operação Wallet pode mudar completamente a investigação da jovem de Florianópolis presa na Indonésia. De acordo com as informações da diretoria, foi supostamente descoberta a organização criminosa responsável pelo envio da mulher.

Em 2019, a mesma organização já havia sido presa pela Deic com grande quantidade de cocaína, drogas sintéticas, malas de viagem preparadas com aproximadamente 5kg de cocaína cada, prensa para produção de droga sintética.
Estão sendo cumpridos diversas ordens judiciais para barrar a quadrilha. Entre elas estão o bloqueio de 16 carteiras (Wallet) de criptomoedas em uma das maiores corretoras do mundo, 32 mandados de Buscas, 17 mandados de prisão, bloqueio de 15 contas bancárias, bloqueio de empresas e apreensão de veículos.
Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Florianópolis, São José, Biguaçu, Imbituba, Camboriú e Navegantes.
O que muda agora? 201o64
De acordo com o delegado Cláudio Monteiro, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da DEIC, um dos homens que supostamente enviou Manuela Vitória de Araújo Farias para Indonésia com drogas, foi preso.
“Aprendemos também um suspeito que teria inclusive comprado as agens da Manuela para a Indonésia”, explica Monteiro.
Manuela Vitória de Araújo Farias atuava como autônoma, vendendo perfumes e lingeries. Ela residia no Pará, onde mora o pai, e em Santa Catarina, onde reside a mãe.
A defesa da jovem diz que ao chegar em solo catarinense, Manoela foi aliciada por uma quadrilha. Depois de sair de Florianópolis, a jovem foi detida em 31 de dezembro do ano ado no aeroporto de Bali, com quase 3 quilos de cocaína.
Amante do surfe, os criminosos teriam lhe oferecido aulas de esporte na Indonésia. Em troca pediram que ela transportasse uma mala, ou seja, teria sido usada como “mula”.
De acordo com o advogado, ela não sabia o que levava na mala. Por isso, ao ser presa, foi pega de surpresa.
Já o delegado Monteiro, diz que as chamadas “mulas” sempre sabem o que estão carregando, mas são aliciadas pela promessa de dinheiro alto.
Em junho, a jovem foi condenada a 11 anos de prisão, além do pagamento de uma multa de 1 bilhão de rúpias indonésias, o equivalente a mais de R$ 300 mil.
As malas 6xg60
Os criminosos faziam um trabalho “quase que artesanal” para enviar as drogas dentro das malas.
“Esse trabalho dificultava o trabalho de identificação das drogas nos aeroportos. ava até pelo raio-x dos locais”, explica Monteiro.
Malas foram apreendidas pela Polícia Civil – Vídeo: Ana Schoeller/ND
Segundo o delegado, para lavar o dinheiro conseguido através dos crimes, os membros da facção criminosa usavam investimentos em criptomoedas. Elas são usadas como “dinheiro da internet”. São moedas digitais que você pode usar para comprar coisas ou fazer transações online, assim como fazemos com dinheiro físico.
Os principais locais de envio eram Austrália, Tailândia e Europa. O envio, geralmente feito por jovens desempregados, sai de Santa Catarina com destino aos outros países.
Monteiro explicou ainda que recentemente um dos envios foi interceptado, feito pela mesma quadrilha. No entanto, o delegado afirmou que a apreensão foi fora de Santa Catarina, mas que ainda não poderão ser divulgados os detalhes da apreensão.
Somente nesta segunda-feira (28) a Deic apreendeu celulares, drogas, dinheiro, e as próprias malas usadas para o envio dos entorpecentes.
Até o momento, não há dados sobre as quantidades apreendidas, pois os agentes seguem nas ruas.