O ataque a ônibus registrado nos Ingleses, em 14 de agosto, deixou um homem ferido, além de um rastro de medo e insegurança no Norte da Ilha. Jeferson Augusto Moraes, de 38 anos, voltava para casa, pela parte de trás da residência, quando foi baleado durante o atentado.

Naquela tarde, além de colocar fogo em um ônibus, os criminosos também incendiaram barricadas em diferentes pontos da região para despistar a Polícia Militar.
Vítima entrava em casa quando foi atingida c2v5z
À reportagem, Jeferson, que é natural de Cascavel, no Paraná, contou que terminava a limpeza do pátio de casa quando ouviu sobre a movimentação. “Os vizinhos começaram a falar e, logo em seguida, a gente ouviu o barulho dos disparos”, conta.
Ele estava com a proprietária da casa em que mora de aluguel, quando foi atingido no joelho. “Ouvi o barulho de dois tiros e, quando eu vi, um pegou em mim e atravessou o meu joelho”, relembra. Por sorte, segundo ele, a bala entrou e saiu sem atingir nenhum ligamento ou tecido que pudesse deixar sequelas.
“A dona da casa estava comigo. Se eu não tivesse empurrado ela para frente, o outro tiro tinha pegado nela”, afirma. O projétil não foi localizado, então não se sabe a autoria do disparo que atingiu Jeferson. Na ocasião, houve uma troca de tiros entre os criminosos e policiais militares.

Parecia filme de polícia, diz vítima 18f3p
O paranaense, que reside no bairro Ingleses há dois anos, conta que nunca havia ado por situação similar. “Eu morei por um ano na rua, aqui em Santa Catarina. A gente até ouve falar, né!? Mas eu nunca tinha ado por isso”, lamenta.
Segundo a vítima, há policiamento ostensivo com certa frequência na região, mas o movimento registrado na ocasião dos atentados foi atípica. “Parecia filme de polícia, tinha helicóptero voando, trouxeram cachorros [farejadores]”, relembra.
Jeferson, que está desempregado, contou à reportagem que possui epilepsia e, por isso, não costuma sair com frequência. Após o atentado, a sensação de insegurança aumenta. “A gente fica com medo, né?! Porque não sabe de onde vem”, diz. Mesmo após o susto, ele relatou que não pretende deixar a capital catarinense.
Veja imagens do ataque a ônibus em Florianópolis 2d2972
Ataque a ônibus e barricadas foram provocados por facção 3o6y2l
Os ataques em Florianópolis começaram depois que um veículo, com três ocupantes, foi abordado pela Polícia Militar, no Norte da Ilha. Dentro do carro estavam dois homens, de 22 e 34 anos, e uma mulher, de 36 anos. Foi dada ordem de parada ao motorista, que não respeitou e fugiu, parando apenas ao colidir com outro veículo.
Os dois homens fugiram para uma região de mata e a mulher foi capturada. Segundo a investigação da Polícia Civil, um dos homens que estavam no veículo é apontado como líder de uma facção criminosa, com atuação massiva na capital catarinense.
Na noite da quarta-feira, quatro suspeitos foram presos e dois menores apreendidos, por envolvimento nos atentados. O líder da facção e o outro ocupante do carro ainda não foram localizados.