A Ponte Hercílio Luz foi palco de briga e confusão na noite do último sábado (10). Três homens, segundo a Polícia Civil, em um veículo Audi A3, resolveram trafegar pela Hercílio Luz durante o fim de semana, o que não é permitido.
Alertados da proibição, os ocupantes do veículo partiram para agressão, causando a confusão generalizada no local, que durou cerca de dez minutos. Os agentes da GMF (Guarda Municipal de Florianópolis) foram os primeiros a atuar na ocorrência. A Polícia Civil vai investigar o caso.

“Uma equipe nossa estava ando na hora e foi acionada pelas pessoas. O cara com o carro fugiu um pouco antes. Fomos atrás, porém, não foi possível abordar o condutor, que não parou”, conta Ricardo Pastrana, subcomandante da GMF. “Era um Audi sem placas e blindado”.
Segundo Pastrana, a Guarda solicitou apoio da PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina), e voltou para dar assistência às vítimas. A viatura deu apoio às vítimas e acionou uma ambulância.
“No local, havia grande movimentação de populares e viaturas da GMF. Segundo informado, um veículo Audi, com quatro ocupantes [informação divergente da Polícia Civil], cruzou a ponte. Questionados por um casal que eava a pé, esses ocupantes desembarcam e começam a agredi-los. Outras pessoas interferiram, gerando mais agressões”, informou a PMSC em nota.
Segundo os policiais, os ocupantes do veículo também arrancaram a placa do carro para não serem identificados. Na fuga, bateram em uma motocicleta. A viatura da GMF que chegou a iniciar perseguição não foi adiante quando os suspeitos entraram na comunidade Ilha-Continente, pois o local é considerado área de risco.
“Recolhemos o veículo, não tinha ninguém dentro. O carro foi entregue na Polícia Civil, que fará toda investigação”, informou o subcomandante do 22º batalhão de Polícia Militar, Major Carlos Augusto Sell Junior. Segundo ele, ninguém ficou ferido com gravidade.
O major da PM também explicou que, quando o assunto é Ponte Hercílio Luz, o seu batalhão não tem atribuição de policiamento. “As ocorrências da ponte são do 4º [batalhão]. A ocorrência veio para o Continente e por isso nós atendemos”, ressaltou.
Segundo o delegado André Marafiga, da Polícia Civil de Santa Catarina, que vai investigar o caso, as vítimas não quiseram representar em razão das agressões.
A Polícia Civil vai investigar outros delitos. “Quando eles aram na ponte, podem ter gerado perigo para a vida das pessoas. Estamos tentando identificar os responsáveis e vamos periciar o carro para obter elementos sobre a identificação dele e comprovar se de fato é adulterado ou não”, reforçou o delegado.
A segurança da ponte 691n58
A Prefeitura de Florianópolis informou que o policiamento na Ponte Hercílio Luz é feito pelo Estado e a GMF faz rondas. Segundo informações do comando da GMF, neste ano, 52 ocorrências foram atendidas na cabeceira da ponte.
“A maioria são situações em que estávamos fazendo uma prevenção no local. A gente fica bastante ali por ser ponto turístico, tem também o parque da Luz. A maioria é infração sanitária, faixa amarrada na ponte, coisas assim. Nada que chame muita atenção”, disse Pastrana.
Em 2020, primeiro ano inteiro de funcionamento, após a reabertura da Hercílio, a GMF registrou 801 ocorrências relacionadas ao entorno da ponte.
Desde o dia 18 de janeiro é permitido o tráfego de veículos. O horário para a agem de carros particulares, com dois ou mais ageiros, é permitido das 9h até às 6h da manhã nos dias de semana.
O tráfego de ônibus, táxis, veículos oficiais e de emergência é permitido em todos os horários. Entre as 6h e 9h, é priorizado o transporte coletivo. A agem de motocicletas é proibida. Nos finais de semana, a Ponte Hercílio Luz fica fechada para o tráfego de veículos.
Polícia vê caso como isolado 3nz7
Comandante do 4º batalhão, o tenente-coronel Dhiogo Cidral disse que a ocorrência do último sábado (10) foi a única dessa natureza em mais de 460 dias. Ele acredita que a resposta da polícia foi adequada.
Cidral comanda o batalhão que responde pela segurança em cima da ponte, mas a ocorrência foi atendida pelos colegas do 22º, pois os ocupantes do veículo foram para o Continente.
“Temos um sistema de videomonitoramento nas duas cabeceiras da ponte com observação para dentro da própria estrutura. Todas [câmeras] em funcionamento”, disse Cidral. Segundo ele, a rotina de policiamento é diária, com rondas frequentes, inclusive com apoio de motocicletas e policiamento montado.
Moradores do entorno relatam insegurança 533jh
No entorno da ponte alguns moradores, a exemplo da artesã Lilian Frida, relatam sensação de insegurança depois da reabertura.
“Moro aqui há 26 anos e mudou muito aqui depois que a ponte foi aberta. Pessoas estranhas ando aqui, abandono dos órgãos de limpeza. Iluminação também não tem aqui na servidão. Tem dia que a luz está acesa e dia que não”, conta a moradora.
Na visão do comandante do 4º batalhão, entretanto, é preciso ser mais específico sobre a sensação de insegurança.
O local tem circulação de pessoas 24 horas por dia, com grande acompanhamento da Polícia Militar. Desde a abertura, foram pouquíssimas ocorrências, inclusive com prisão de pessoas reconhecidas pelo sistema de monitoramento facial instalado na Ponte”, lembra Cidral.
Para evitar a entrada de carros na Ponte Hercílio Luz, no final de semana, a polícia vai encaminhar um ofício à Secretaria de Infraestrutura solicitando a instalação de um portão ou cancela que garanta um fechamento mais eficiente do espaço.
No entendimento de Cidral, ou essa medida é adotada ou a circulação de carros deve ser liberada 24 horas por dia, todos os dias da semana.