A Polícia Militar concluiu o IPM (Inquérito Policial Militar) que investigou o caso do jovem Vitor Henrique Xavier dos Santos – que foi morto pela polícia enquanto brincava com uma arma de pressão no quintal de casa, no bairro Ingleses, no Norte da Ilha.

O procedimento tocado pela corporação tem por objetivo apurar a conduta profissional dos policiais envolvidos na ocorrência. O IPM foi concluído na última sexta-feira (31), mas o resultado só foi divulgado nesta quarta-feira (5).
Mesmo após a Polícia Civil indiciar o policial Guilherme Palhano – responsável pelos disparos – por homicídio doloso (quando há intenção de matar), em inquérito tocado em paralelo pela Delegacia de Homicídios, a corporação entendeu em sua apuração interna que não houve “indícios de crime” na atuação do policial. Os dois PMs continuam trabalhando normalmente.
Segundo a PM, o Palhano teria agido “amparado pela excludente de legítima defesa putativa”. Na versão divulgada pela polícia logo após a morte, o PM atirou porque o garoto supostamente “apontou a arma na direção deles” e, naquele momento, não teria sido possível identificar que se tratava de uma arma de pressão.
Em contrapartida, o IPM concluiu que houve “indício de prática de transgressão disciplinar pelos dois policiais” em decorrência de eles terem usado toucas balaclavas pra cobrir o rosto durante em serviço. Os autos do IPM foram encaminhados para a Vara do Direito Militar de Florianópolis dentro do prazo legal.

Já o inquérito da Polícia Civil seguirá o rito da justiça comum na Vara Criminal. Apenas o policial Palhano foi indiciado pela morte. O garoto de 19 anos foi alvejado com quatro tiros enquanto brincava com uma arma de pressão, no quintal de casa, na tarde de 18 de abril.
Contraponto
O advogado de defesa Andre Rodrigues de Oliveira não falou por telefone. Por nota, defendeu a versão de excludente de legítima defesa putativa. No texto, o advogado reforça que o policial Guilherme Palhano “tem uma carreira sólida” e vem de uma família de policiais que “prima pela manutenção da ordem pública e segurança da comunidade”.
Na avaliação da defesa, o Inquérito Policial Militar “apurou corretamente que não houve crime, que agiu em legítima defesa, mas isso não apazigua nem reduz a dor em seu coração e, junto com a família da vítima, sofre em silêncio esse luto indesejado”.