A auxiliar de cozinha Roseli Fátima Stoll, de 38 anos, pretendia terminar o relacionamento na noite em que foi morta asfixiada com uma cinta no município de Concórdia, no Oeste de Santa Catarina. O motivo para o término seria porque Roseli tinha o desejo de ir para o Paraná visitar seus filhos sozinha e o companheiro não concordava.

O crime foi cometido no dia 2 de dezembro entre 21h e 22h, segundo informou o delegado da PC (Polícia Civil), responsável pela investigação, Alvaro Weinert Optiz. O então companheiro de Roseli confessou o crime e indicou que o corpo foi jogado em um lago amarrado a uma pedra
O CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina) iniciou as buscas na última quarta-feira (8), no lago de uma usina hidrelétrica, na comunidade de Entre Rios, a cerca de 10 km do Centro do município de Alto Bela Vista. Nesta quinta-feira (16) completou nove dias de buscas e o corpo segue desaparecido.
Homicídio triplamente qualificado 593m23
O ex-companheiro de Roseli está sendo acusado por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, com agravante de feminicídio, e ocultação de cadáver. Ele segue preso preventivamente no Presídio de Concórdia. O Inquérito Policial foi concluído e encaminhado ao Poder Judiciário onde deve ser analisado pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).
Segundo o delegado, no dia 2 de dezembro Roseli deixou seu local de trabalho, caminhou até as proximidades do hospital de Concórdia e entrou no carro do então companheiro.
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento que o casal chega a casa do homem. “Ele entra na casa ascende as luzes e a mulher fica do lado de fora, o que dá a entender que, em tese, ela não foi obrigada a ir até o local”, pontua Optiz.

O crime teria ocorrido entre 21h e 22h quando gritos foram ouvidos no interior da casa. A investigação apurou, ainda, que mais ninguém entrou no local nesse período.
Conforme o delegado, na manhã do dia 3 de dezembro, entre 11h e 12h, o homem retirou o corpo de Roseli enrolado em um lençol, levou até seu carro que estava na garagem e foi até Alto Bela Vista. “Há registros de que o carro ou na SC-390 e voltou cerca de 1h30 depois pelo mesmo trajeto.”
Carro estava molhado 672w5n
Conforme perícia realizada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, o interior do carro estava molhado, outro indicativo de que ele possa realmente ter ocultado o cadáver na represa da usina hidrelétrica.
A investigação não apurou nenhum elemento concreto sobre a possibilidade da vítima estar grávida quando foi morta. “O homem era extremamente ciumento e tinha sentimento de posse sobre Roseli. Ele não permitia que ela se relacionasse com outras pessoas o que demonstra violência de gênero”, acrescentou o delegado.
Relembre o caso 2i3m4n
Roseli morava no bairro Nações, em Concórdia. A mulher foi vista pela última vez em um restaurante na área central, logo após sair do trabalho, por volta das 19h40 de quinta-feira (2). Familiares registraram um Boletim de Ocorrência na segunda-feira (6), pois ela não foi trabalhar e a casa não tinha sinais de arrombamento.
O ex-namorado da mulher já era investigado pela polícia, pois estava foragido e teria ado por Florianópolis (SC) e Caxias do Sul (RS). Os dois estavam juntos há cerca de sete meses e ele não aceitava o fim da relação.

Ciúmes, brigas e abuso psicológico marcaram os últimos meses da vida de Roseli que era mãe de três filhos e teria sido proibida até mesmo de manter contato com a família.
Feitiço teria motivado o crime 262h1u
De acordo com o delegado, o acusado disse à polícia que a motivação do crime seria um feitiço, realizada pela irmã da vítima.
“Ele confessou o crime, disse que teria asfixiado ela com uma cinta na manhã de sexta-feira, no dia 3. Disse que tinha desentendimentos com a família dela e que, em razão desses desentendimentos, o crime teria acontecido. Ele disse que a irmã da vítima teria feito uma ‘macumba’ contra ele e que a motivação seria essa”, contou ao ND+.
O delegado também disse que o acusado não demonstrou arrependimentos e que ele relatou sofrer de epilepsia e estava sem medicação no momento do crime.