Investigação da Polícia Civil sobre o feminicídio registrado em Guaramirim, no Norte de Santa Catarina, apontou que a vítima foi morta asfixiada. Conforme o delegado Augusto Melo Brandão, o homem trabalhava como vigilante, lutava jiu-jitsu e conhecia técnicas de imobilização. “Provavelmente, a morte tenha ocorrido por uma gravata ou mata leão e não um soco, como ele tinha falado”, comenta o delegado.

Ao se entregar para a Polícia Civil no sábado (26), o homem relatou que havia brigado com a companheira, identificada como Dolcineia Maria dos Santos Araújo, momento em que ela teria lhe dado dois tapas. Em seguida, ele teria dado um soco nela, que caiu no chão desacordada.
A real causa da morte foi identificada pelo médico legista. “Ao analisar o corpo da vítima percebeu que ela havia sido morta por asfixia mecânica, utilizando o agente do antebraço”, explica o delegado. Por isso, acredita-se que o suspeito tenha usado do seu conhecimento em técnicas de imobilização para matar a mulher.
Além disso, o relato do homem apresentou outra contradição. Segundo ele, o crime teria ocorrido na sexta-feira (25). Porém, o delegado aponta que o corpo não apresentava rigidez cadavérica, o que contradiz a versão do suspeito.
“O corpo não se encontrava em rigidez cadavérica, que começa a aparecer ali após duas ou três horas e vai desencadeando a rigidez ao longo do tempo. Como tinha ado mais de 24 horas, dificilmente estaria no estado que foi encontrado, ou seja, não apresentava nenhuma rigidez”, afirma Brandão.
A polícia acredita que a versão tenha sido apresentada para fugir do flagrante por feminicídio. Mas, a partir das informações apuradas, acredita-se que o crime tenha sido cometido poucas horas antes do suspeito ter se entregado e, por isso, ele foi preso em flagrante, prisão posteriormente convertida em preventiva.
Histórico de violência 6u4b1n
Ainda de acordo com o delegado, o homem possuía histórico de violência doméstica. A polícia tinha registradas contra ele duas medidas protetivas, uma de 2021 e outra de 2022, solicitadas por duas vítimas diferentes. Já a mulher morta pelo homem não tinha registrado nenhuma ocorrência contra ele.
Agora, a investigação deve apurar a motivação do crime. Após se entregar e relatar sua versão os fatos, o homem foi levado para prestar depoimento, momento em que decidiu ficar em silêncio e não se pronunciar.
Para apurar informações sobre a relação do agressor e da vítima, a Polícia Civil irá ouvir testemunhas próximas do casal, que poderão relatar como era a dinâmica do relacionamento entre ambos. Celulares também devem ar por perícia.
*Com informações de Felipe Bambace, repórter da NDTV Record TV.