O suposto autor do ataque terrorista no centro de Oslo, capital da Noruega, foi preso nesta segunda-feira (27) e ficará quatro semanas sob custódia. O tiroteio aconteceu na noite da última sexta-feira (24), em bar voltado ao público LGBTQIA+, e estendeu-se até madrugada de sábado (25), deixando dois homens mortos e 21 pessoas feridas, segundo a polícia.
Ataque aconteceu entre a noite de sexta-feira (24) e madrugada de sábado (25) – Foto: EPA/Divulgação/NDSegundo a polícia de Oslo, o suposto autor do tiroteio é um norueguês de 43 anos de origem iraniana, identificado pela mídia local como Zaniar Matapour. Os serviços de inteligência noruegueses indicaram no sábado que o homem estava no radar desde 2015 por sua radicalização e sua participação em uma rede islâmica extremista.
Além disso, ele foi condenado por crimes menores. As autoridades apontam que ele tem um estado de saúde mental frágil.
Por determinação do tribunal de Oslo, Matapour não poderá ter nenhuma visita ou receber correspondência até dia 25 de julho.
A polícia afirmou que está trabalhando em várias teorias para determinar o motivo do ataque, desde uma motivação ideológica, um crime de ódio contra a comunidade gay, um ato de uma pessoa desequilibrada ou uma combinação de vários fatores.
“Pode ser uma combinação”, destacou um responsável da polícia de Oslo, Børge Enoksen, neste domingo (26) em coletiva de imprensa. “É muito cedo para tirar conclusões”, acrescentou.
O ataque 6w3h6v
O ataque foi feito próximo ao London Pub, bar localizado perto do centro de Oslo, onde haveria comemorações do Orgulho LGBTQIA+. O atentado deixou um homem de 54 anos e outro 60 mortos, além de vários feridos.
“No total, dez pessoas recebem atenção de funcionários da saúde. Três pessoas estão gravemente feridas”, declarou o chefe de operações da polícia, tore Barstad, citado pela rádio NRK.
Homenagem as vítimas 5b4l4o
No domingo (26), os noruegueses prestaram homenagens às vítimas do tiroteio, forçando a capital a cancelar sua marcha do Orgulho LGBTQIA+.
A Catedral de Oslo organizou uma missa em homenagem aos mortos, na qual o altar foi decorado com as cores do arco-íris e flores.
Dois homens entre 50 e 60 anos morreram e outras 21 pessoas ficaram feridas, dez delas com gravidade – Foto: REUTERS/Divulgação/ND“Balas não podem matar o amor”, declarou o chefe da igreja protestante norueguesa, Olav Fykse Tveit. O primeiro-ministro Jonas Gahr Støre e a princesa da Noruega, Mette-Marit, estiveram presentes na cerimônia, embora sem o marido, o príncipe Haakon, que está com Covid-19.
“Oslo está de luto e todo o país está chocado com o ataque, que atingiu particularmente homossexuais que se reuniram para celebrar o Orgulho”, disse a igreja em comunicado no sábado.
O drama chocou o país, que viveu outro dia sombrio em julho de 2011, quando um extremista de direita matou 77 pessoas em um ataque com bomba em Oslo e um tiroteio em uma reunião de jovens do Partido Trabalhista na ilha de Utoya.
A polícia implantou reforços na capital, e os serviços de inteligência aumentaram o nível de ameaça, chamando a situação de “extraordinária”.
“É importante expressar nossas condolências e dizer que amor é amor e que é o mesmo para todos, que todos devem ter o direito de viver sua vida como quiserem”, disse Kristin Wenstad, cozinheira que foi ao local da tragédia, à beira das lágrimas.
