A Polícia Civil deve contar com o apoio de especialistas para traçar o perfil do autor do atentado na escola infantil Pró-Infância Aquarela, em Saudades, que aconteceu na última terça-feira (4). O jovem de 18 anos, que está hospitalizado, já foi autuado e teve a prisão preventiva decretada.

“Desde a manhã em que ocorreu o fato, a Polícia Civil vem buscando elementos que nos dêem um Norte dos motivos pelos quais esse jovem praticou o crime. Agora, nós estamos numa fase de análise de dados, dos objetos e equipamentos que foram apreendidos na casa desse jovem e estamos tomando depoimentos de pessoas próximas a ele que possam nos dar indicativos da sua personalidade”, explicou o delegado regional de Polícia Civil de Chapecó, Ricardo Casagrande.
Nesta terça-feira (4), o delegado responsável pela investigação, Jeronimo Maçal Ferreira, descreveu o autor do crime como “um rapaz problemático, [que] sofria bullying na escola, era muito introspectivo e quase não tinha amigos”. A polícia conversou com os pais e a irmã do jovem. Segundo Ferreira, apesar do comportamento fechado, os familiares não imaginavam que ele poderia cometer um crime dessa magnitude.
O delegado Casagrande avaliou que o comportamento de jovens introspectivos, que interagem em redes sociais e ficam em seus quartos é cada vez mais comum, especialmente durante a pandemia. “Vai ser conversado com profissionais que possam nos auxiliar de forma técnica e dizer se havia um perfil mais agressivo, se havia indicativos da prática desse crime”, disse ele sobre o jovem agressor.
O objetivo dos investigadores é construir uma linha do tempo do crime com base nas evidências e nos depoimentos de testemunhas e pessoas próximas do autor. Conforme Casagrande, a polícia está “recebendo todas as informações e todas elas estão sendo avaliadas. A Polícia Civil não descarta nenhuma linha de investigação. Agora, é buscar novos indícios, novos elementos para fazer essa linha do tempo para buscar traçar um perfil desse criminoso e, quem sabe, apurar os motivos que o levaram a cometer o crime”.
Confira a entrevista do SC no Ar com o delegado Casagrande na íntegra.