Em busca de maior economia ou de uma sensação de comodidade, alguns pais em Florianópolis têm optado por contratar o serviço de “Uber kids” para levar seus filhos à escola. No entanto, o serviço não é regularizado e tem acendido o alerta da prefeitura sobre os riscos à segurança de crianças e adolescentes.

Nas redes sociais, motoristas sem regulamentação para transporte de crianças oferecem serviços particulares para levar estudantes à escola. Porém, esses serviços são informais e feitos sem alvará ou vistorias.
“Essa prática não é prevista na legislação. Hoje, para transportar as crianças, é com transporte [escolar] específico. As vans têm que seguir determinados critérios, inclusive de exames toxicológicos, [bem como] a questão de cadeirinhas. Tudo para a segurança das crianças”, esclareceu a secretária de Segurança e Ordem Pública de Florianópolis e atual prefeita em exercício, Maryanne Mattos, ao Balanço Geral (assista abaixo).
‘Uber kids’ também prejudica motoristas de vans regularizadas 6zf6u
A prática do ‘Uber kids’ também tem preocupado os motoristas de transporte escolar regularizado, que reclamam, principalmente, dos prejuízos para quem trabalha com alvarás e vistorias em dia.
Victor Costa dos Santos, que trabalha há nove anos com transporte escolar, explica que o processo de licenciamento é rigoroso. “É feita sempre uma vistoria do veículo a cada seis meses, [além de] uma busca de antecedentes de multas dos motoristas, que não pode ter tido multas graves ou gravíssimas nos últimos de 12 meses”.

Os motoristas de ‘Uber kids’, por oferecerem o serviço de maneira informal, não precisam ar por nenhum processo de licenciamento, dificultando o conhecimento sobre a situação do veículo ou o histórico de quem conduz as crianças para a escola.
Para poderem transportar crianças, as vans devem apresentar dois selos de vistoria: um no para-brisa e outro na porta lateral. Esse segundo selo apresenta um QR code que os pais podem ar para obter informações sobre a regularidade do veículo e do motorista.

Sobre o preço do transporte escolar de vans, Victor argumenta que ele é calculado com base na média do transporte público seletivo (os ônibus “amarelinhos”). Entretanto, pode variar acordo com a região. “Tem transportes, por exemplo, que trazem do Norte da Ilha para estudar no Centro. Isso aumenta o valor por causa da distância do serviço”.
Maryanne enfatiza que a Secretaria de Segurança Pública de Florianópolis tem monitorado a situação e feito reuniões com pais e empresários do transporte. Segundo ela, a pasta planeja ações para impedir esse tipo de transporte e responsabilizar os motoristas que colocarem as crianças em risco.