No dia do velório das vítimas do ataque à creche da cidade de Saudades, no Oeste de Santa Catarina, o SC no Ar falou sobre como lidar com os afetados pela tragédia. O programa desta quarta-feira (5) recebeu a psicóloga do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo), Elaine Alves, que trabalhou na cidade de Suzano, em São Paulo, após o massacre na escola Raul Brasil.
Centenas de pessoas acompanharam o enterro das vítimas do ataque em creche nesta manhã de quarta-feira (5) – Foto: Willian Ricardo/NDEspecialista em crimes, emergências e desastres, Elaine falou sobre as sequelas que um episódio como o da tragédia que aconteceu em Saudades pode causar na vida dos moradores da cidade. “Eu me solidarizo com as famílias, com a cidade de Saudades, com as famílias das pessoas mortas e feridas e com os profissionais da escola, porque vão enfrentar momentos bastante delicados agora no retorno, no seu cotidiano”, disse a psicóloga.
Há pouco mais de dois anos, em março de 2019, a escola Raul Brasil viveu momentos de terror. Dois adolescentes invadiram a unidade escolar e dispararam contra estudantes e funcionários. O ataque deixou dez pessoas mortas e 15 feridas, segundo informações da Polícia Militar e do Governo do Estado de São Paulo.
Elaine lembrou dos os pelos quais as famílias das vítimas, os funcionários e a comunidade no entorno da escola Raul Brasil precisaram ar para se recuperar da tragédia. “Nós tivemos tudo isso aqui em Suzano, na escola Raul Brasil, quando trabalhamos lá. São várias situações, vários os. Acho que o primeiro o é esse de hoje, que é do velório, da despedida das crianças e das professoras”, explicou.
Outro momento importante segundo a psicóloga é o retorno à rotina: “É preciso reunir todos os profissionais, saber como eles estão, ter um cuidado especial com eles. Alguns não se sentem em condições de voltar para o trabalho imediatamente, é preciso um tempo. Algumas famílias ficam muito assustadas. E o medo não é só na escola onde o evento aconteceu. Há medo nas outras creches e nas outras escolas, não só no entorno, mas na cidade todas e às vezes nas cidades ao redor”.
Confira a análise completa da psicóloga.
