Veja como eram as malas usadas em esquema milionário de tráfico internacional em SC w4z1b

Criminosos faziam trabalho quase que artesanal em malas enviadas com drogas para fora e dentro do Brasil

Em uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (28) a Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais) explicou como a operação Wallet descobriu um esquema de drogas milionário em Santa Catarina. Usando malas adulteradas, os criminosos enviavam entorpecentes para dentro e fora do Brasil.

Malas eram usadas para o tráfico internacional de armasOrganização criminosa alterava malas para envio de drogas para diversos países – Foto: Ana Schoeller/ND

De acordo com o delegado Cláudio Monteiro, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da DEIC, os criminosos faziam um trabalho “quase que artesanal” para enviar as drogas dentro das malas.

“Esse trabalho dificultava o trabalho de identificação das drogas nos aeroportos. ava até pelo raio-x dos locais”, explica Monteiro.

Segundo o delegado, para lavar o dinheiro conseguido através dos crimes, os membros da facção criminosa usavam investimentos em criptomoedas. Elas são usadas como “dinheiro da internet”. São moedas digitais que você pode usar para comprar coisas ou fazer transações online, assim como fazemos com dinheiro físico.

Os principais locais de envio eram Austrália, Tailândia e Europa. O envio, geralmente feito por jovens desempregados, sai de Santa Catarina com destino aos outros países.

Monteiro explicou ainda que recentemente um dos envios foi interceptado, feito pela mesma quadrilha. No entanto, o delegado afirmou que a apreensão foi fora de Santa Catarina, mas que ainda não poderão ser divulgados os detalhes da apreensão.

Somente nesta segunda-feira (28) a Deic apreendeu celulares, drogas, e as próprias malas usadas para o envio dos entorpecentes.

Agentes continuam nas ruas, e até o momento não se tem o balanço fechado de quanto de dinheiro já foi apreendido – Vídeo: Reprodução/PCSC/ND

Com costuras diferentes, fundos falsos e muito trabalho manual, os itens eram enviados.

Malas foram apreendidas pela Polícia Civil – Vídeo: Ana Schoeller/ND

Em 2019, a mesma organização já havia sido presa pela Deic com grande quantidade de cocaína, drogas sintéticas, malas de viagem preparadas com aproximadamente 5kg de cocaína cada, prensa para produção de droga sintética.

Estão sendo cumpridos diversas ordens judiciais para barrar a quadrilha. Entre elas estão o bloqueio de 16 carteiras (Wallet) de criptomoedas em uma das maiores corretoras do mundo, 32 mandados de Buscas, 17 mandados de prisão, bloqueio de 15 contas bancárias, bloqueio de empresas e apreensão de veículos.

Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Florianópolis, São José, Biguaçu, Imbituba, Camboriú e Navegantes.

Estilo de vida 1i3dj

Segundo Monteiro, a quadrilha já é conhecida dos policiais.

“Eles levavam um estilo de vida mais discreto, pois já foram presos antes. No entanto, o modo de vida ainda incluía festas e carros”, conta.

Mudança no caso de catarinense presa na Indonésia 6cy66

De acordo com o delegado, a operação Wallet pode mudar completamente a investigação da jovem de Florianópolis presa na Indonésia. De acordo com as informações da diretoria, foi supostamente descoberta a organização criminosa responsável pelo envio da mulher.

Manuela Vitória de Araújo Farias atuava como autônoma, vendendo perfumes e lingeries. Ela residia no Pará, onde mora o pai, e em Santa Catarina, onde reside a mãe.

tráfico de drogas em malas pode ter sido usado para aliciar Manuela Manuela Vitória está presa na Indonésia – Foto: R7/Reprodução/ND

A defesa diz que ao chegar em solo catarinense, Manoela foi aliciada por uma quadrilha.  Depois de sair de Florianópolis, a jovem foi detida em 31 de dezembro do ano ado no aeroporto de Bali, com quase 3 quilos de cocaína.

Amante do surfe, os criminosos teriam lhe oferecido aulas de esporte na Indonésia. Em troca pediram que ela transportasse uma mala, ou seja, teria sido usada como “mula”.

De acordo com o advogado, ela não sabia o que levava na mala. Por isso, ao ser presa, foi pega de surpresa.

Já o delegado Monteiro, diz que as chamadas “mulas” sempre sabem o que estão carregando, mas são aliciadas pela promessa de dinheiro alto.

Homicídio 4s1ez

Ainda segundo o delegado, é possível que a Polícia enquadre os criminosos em crimes por tentativa de homicídio, isso porque eles enviavam pessoas com drogas a países onde a pena por tráfico é a morte.

“É quase como mandar uma pessoa para a guilhotina. Eles sabiam que elas poderiam ser condenadas à morte, e ainda assim, as mandavam”, declara.

Participe do grupo e receba as principais notícias
da Grande Florianópolis na palma da sua mão.
Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os
termos de uso e privacidade do WhatsApp.