A história do surf sendo escrita
O Oi Rio Pro, etapa brasileira da World Surf League (WSL) Championship Tour, que está rolando na Praia de Itaúna, em Saquarema, no Rio de Janeiro, entrou para a história do surf mundial.
Primeiro, por ter colocado seis brasileiros entre os 8 surfistas classificados para as quartas de final e depois por ter 4 atletas do Brasil formando as duas semifinais 100% verdes e amarelas.

Semifinais 100% verdes e amarelas
A primeira semifinal vai ser entre Italo Ferreira e Samuel Pupo. Na outra, Filipe Toledo já garantido no Rip Curl WSL Finals, enfrenta Yago Dora na disputa pela segunda vaga na grande final. A primeira chamada para as semifinais masculinas e femininas, foi marcada para as 7h15 da terça-feira (28) na Praia de Itaúna.
A primeira vaga no grupo dos top-5 do ranking, que vai disputar o título mundial da temporada no Rip Curl WSL Finals, em setembro em Trestles, na Califórnia, foi confirmada para Filipe Toledo, quando Yago Dora despachou o australiano Ethan Ewing.
Essa vitória do Yago também garantiu um feito histórico no Circuito Mundial, o de pela primeira vez seis brasileiros se classificarem para as quartas de final em uma mesma etapa do WSL Championship Tour.

Samuca x Mané
As duas primeiras baterias ficaram 100% verde-amarelas. A primeira foi entre dois grandes amigos da nova geração, o manezinho Mateus Herdy que barrou o vice-líder do ranking, o australiano Jack Robinson, e Samuel Pupo, que fez um novo recorde de 17,00 pontos para o Oi Rio Pro 2022 no primeiro duelo brasileiro do dia, com o nota 10 Caio Ibelli.
Samuca também surfou as melhores ondas contra Mateus Herdy e ganhou a primeira vaga nas semifinais por 12,80 a 8,83 pontos.
“Foi muito especial surfar essa bateria com um dos meus melhores amigos, o Mateus Herdy. Ele ainda não está no CT, mas sei que vai conseguir entrar um dia. Fazia um tempo já que a gente não competia numa bateria assim e foi bem divertido” – disse Samuel Pupo.
Bateria empatada
A expectativa ficou para ver se aconteceria uma semifinal dos irmãos Pupo, porque Miguel também dominou o confronto com o norte-americano Nat Young. Antes, o campeão olímpico, Italo Ferreira, venceu a outra bateria brasileira das oitavas de final com Michael Rodrigues.
Italo e Miguel fizeram um grande duelo. Miguel Pupo liderou quase toda a bateria, com a nota 7,67 da esquerda que ele destruiu do início ao fim.
Quando restavam 3 minutos para o término, Italo pegou uma direita precisando de 8,17 para reverter o resultado. Ele já manda um aéreo full rotation de backside, que levanta a torcida na areia, aterrissa perfeito na base e emenda uma rasgada e um pancadão na junção pra finalizar.
A nota sai exatamente 8,17 e o placar ficou empatado em 13,34 pontos, com Italo Ferreira avançando por possuir a maior nota da bateria.

“Foi uma bateria bem disputada com o Miguel (Pupo). A gente sempre faz boas baterias, mas essa foi uma das mais difíceis para mim. Eu tentei pegar as direitas para arriscar uma manobra mais radical e fiquei feliz quando acertei aquele aéreo. Estou contente por ar para as semifinais, mas estou com muito frio agora. Não gosto de surfar com roupa de borracha, então acabo pagando o preço. Mas, fiz meu trabalho bem feito hoje e estou pronto para o dia das finais”- disse Italo Ferreira.
Brasil 2 X 0 Austrália
As outras baterias das quartas de final foram dois confrontos diretos entre Brasil e Austrália. Os brasileiros não deram qualquer chance para os australianos e ganharam as duas baterias.
Filipe Toledo mostrou toda a potência do seu backside nas esquerdas de Itaúna, variando batidas e rasgadas abrindo grandes leques de água com uma velocidade incrível. Ele recebeu nota 8,60 na sua melhor onda, vencendo fácil por 15,10 a 8,94 pontos do australiano Connor O´Leary.

“Estou feliz por já ter conseguido minha vaga para o Rip Curl WSL Finals e também porque os brasileiros estão mandando muito bem nesse evento. A energia da torcida aqui não tem igual, eu faço meu trabalho por eles e não tem nada melhor do que receber o carinho deles antes de entrar na água e depois também” – comentou o líder do ranking Filipe Toledo.
Mister Yago
Na última bateria do dia, com a Praia de Itaúna ainda lotada até quase o pôr do Sol sempre mágico em Saquarema, Yago Dora deu mais um show para a torcida.
Ele tinha derrotado o top-5 do ranking, Ethan Ewing, por uma pequena diferença de 14,10 a 14,00 pontos. Contra Callum Robson, Yago colecionou notas 7 de novo com seu ataque de frontside nas esquerdas de Itaúna, garantindo a última vaga nas semifinais por uma larga vantagem de 14,17 a 7,00 pontos.
“Eu adoro essa onda, mas sinto que ainda não consegui mostrar todo o meu surfe. Acho que não entrei em sintonia ainda com as séries e meus adversários estão pegando as melhores ondas nas baterias. Mas estou feliz por chegar no dia das finais. É uma loucura ter só brasileiros nas semifinais. Isso é muito legal, porque já garante um título brasileiro no evento – lembrou Yago Dora.

Brasil no Feminino
O Brasil também está na briga pelo título feminino, com Tatiana Weston-Webb. Ela vai enfrentar a pentacampeã mundial Carissa Moore na segunda semifinal.
As duas decidiram o título mundial de 2021 na estreia do Rip Curl WSL Finals no ano ado e já se encontraram em duas semifinais esse ano.
Tatiana ganhou a de Portugal, na etapa que foi campeã, mas Carissa a derrotou na Indonésia. Apenas uma surfista venceu a etapa brasileira em casa e já faz tempo, Andréa Lopes em 1999 na Barra da Tijuca.

OI RIO PRO APRESENTADO POR CORONA EM SAQUAREMA:
SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 40.000 e 6.085 pontos:
1.a: Italo Ferreira (BRA) x Samuel Pupo (BRA)
2.a: Filipe Toledo (BRA) x Yago Dora (BRA)
SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 40.000 e 6.085 pontos:
1.a: Johanne Defay (FRA) x Gabriela Bryan (HAV)
.a: Carissa Moore (HAV) x Tatiana Weston-Webb (BRA)