A grande bateria final do Quiksilver Pro G-Land que rolou em Banyuwangi, na Indonésia, válida pela terceira etapa WSL – o World Surf League Championship Tour – colocou Brasil x Austrália no mar. Filipe Toledo enfrentou o australiano Jack Robinson, que conseguiu o título nos segundos finais da bateria.
A decisão foi uma espécie de ‘prova real’ entre os dois surfistas vencedores das duas etapas realizadas na Austrália, na abertura da temporada 2022.
Surfista australiano Jack Robinson fatura segunda etapa do ano da WSL – Vídeo: world surf league
O campeão do Rip Curl Pro Bells Beach, Filipe Toledo, pegou a primeira onda e já arriscou o aéreo, mas não aterrissou. O vencedor do Margaret River Pro, Jack Robinson, também começou errando a primeira manobra, mas logo surfou outra onda que rendeu uma nota 5,33. O brasileiro tinha a prioridade na escolha das ondas, deixou ar algumas, que Robinson aproveitou e ainda somou mais um 6,50 e foi para a liderança.
Filipe ficou esperando a entrada de uma onda boa e escolheu bem, pegando uma esquerda da série que abriu o paredão e ele atacou forte de backside, com batidas verticais e mais duas manobras para ganhar 7,83 dos juízes.
Com essa nota, ficou precisando de 4,00 para assumir a ponta e conseguiu um 5,33 na sequência, para abrir 6,67 pontos de vantagem, faltando 7 minutos do fim da bateria. O australiano estava focado, ficou lá, só observando e aguardando.

Jack Robinson já tinha usado essa estratégia, na semifinal contra Gabriel Medina, derrotando o tricampeão mundial na onda que pegou no final da bateria. Contra Filipe, Jack foi paciente e pegou uma faltando 5 segundos para o fim.
Mandou um batidão, mandou o segundo, pra finalizar na junção. A nota 7,00 saiu e Jack Robinson virou o placar para 13,50 a 13,16 pontos ficando com o título da etapa, com Filipe Toledo em segundo.

“Foi uma experiência muito legal conhecer um lugar novo, estar aqui no meio da selva nesses dias, então estou feliz por tudo. Essa foi a primeira vez que venho para cá e agradeço a todos que trabalharam tanto para nos proporcionar essa ótima experiência aqui. Estou feliz por estar na posição que estou e espero continuar lutando, dando o meu melhor e fazendo tudo o que posso para manter a lycra amarela até o fim da temporada” – declarou Filipe Toledo.
WSL FINALS
O australiano assumiu a vice-liderança do ranking quando ou para as semifinais, eliminando o japonês Kanoa Igarashi, que também entrou no grupo dos top-5 que vão decidir o título mundial da temporada no Rip Curl WSL Finals, em Trestles, na Califórnia.
Filipe Toledo continua com a lycra amarela de número 1 do ranking, agora com Jack Robinson em segundo, John John Florence em terceiro, Kanoa em quarto e Ethan Ewing em quinto lugar. O campeão olímpico Italo Ferreira perdeu nas oitavas de final do Quiksilver Pro G-Land e caiu da quinta para a sexta posição no ranking.

“Tenho que agradecer ao Oceano por me mandar aquela última onda nos segundos finais. Foi inacreditável. Eu me mantive calmo e confiante, acreditando que ia vir uma onda para mim. Este esporte é imprevisível e muito louco. Estou encarando cada evento com muito foco e é ótimo conseguir conquistar duas vitórias consecutivas” – disse Jack Robinson.
Depois de duas etapas na Austrália e uma na Indonésia, os melhores surfistas do mundo vão atravessar o planeta até a América Latina, para disputar os próximos desafios da temporada.
O primeiro, marca a estreia de El Salvador e da América Central no calendário do WSL Championship Tour, com o Surf City El Salvador Pro nos dias 12 a 20 deste mês na praia de Punta Roca, em La Libertad.
Na sequência, tem o retorno do Oi Rio Pro Saquarema, nos dias 23 a 30 também de junho na Praia de Itaúna, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.
DECISÃO FEMININA
O primeiro título feminino em G-Land da história foi disputado por Carissa Moore e Johanne Defay. A havaiana havia perdido as outras duas finais esse ano e tentava a 25.a vitória da sua carreira em etapas do CT.
A sa só tinha quatro, mas duas foram sobre a pentacampeã mundial, em 2016 nas Ilhas Fiji e no ano ado no Surf Ranch. E Johanne Defay manteve a invencibilidade, com o início fulminante em duas ondas que valeram notas 7,50 e 6,50.
Carissa começou com 4,83 e ficou precisando de 9,17 para vencer. Há 8 minutos do fim, ela achou uma onda boa para mostrar o seu surfe, com batidas verticais de backside de cabeça pra baixo, para voltar ao jogo com nota 8,50.
A desvantagem caiu para 5,50, porém não entrou mais nada de ondas e Johanne Defay conquistou o título do ROXY Pro G-Land por 14,00 a 13,33 pontos. Com a vitória, a sa tirou o terceiro lugar no ranking da australiana Tyler Wright.

“É surreal vencer este evento neste lugar incrível. Foi uma longa semana aqui na selva e as ondas em G-Land estavam perfeitas hoje. É muito especial para mim, poder vencer a Carissa Moore, o que é sempre muito difícil. Eu venho da Ilha Reunião, o Oceano Índico é o meu lar e já tive algumas vitórias aqui na Indonésia. Agora, ser a primeira mulher a vencer aqui em G-Land, um lugar tão especial, é realmente incrível e estou muito feliz” – disse Johanne Defay.

Apesar da terceira derrota nas três finais que fez em etapas do CT esse ano, Carissa Moore também ficou feliz pelo resultado, que a recolocou no topo do ranking.
“Essa é a minha primeira vez aqui e fiquei um pouco nervosa para me acostumar com a onda. Mas foi ótimo fazer a final com a Johanne (Defay). Eu vejo o quanto ela trabalha para evoluir, então fico feliz por ela também. Eu cometi alguns erros na final, então vou tentar corrigir isso, mas me diverti bastante essa semana neste lugar incrível”-comentou Carissa Moore, a líder do ranking Feminino.
