Satélite desenvolvido em SC ganhará espaço em veículo de Elon Musk; veja data 4e4d1g

Tecnologia foi desenvolvida pelo Senai em parceria com empresa de São José dos Campos; satélite irá auxiliar agricultura e meteorologia 3n434f

Desenvolvido em Santa Catarina, o satélite VCUB1 deve ganhar o espaço no dia 3 de abril por meio do Falcon 9 –  veículo de lançamento da SpaceX, empresa comandada por Elon Musk. É o primeiro satélite projetado pelo setor privado brasileiro a ser lançado, conforme a Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina).

Orçada R$ 8,7 milhões, a tecnologia foi desenvolvida durante quatro anos e meio pela Visiona Tecnologia Espacial, t-venture de São José dos Campos (São Paulo) em parceria com o Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados, localizado em Florianópolis.

Satélite desenvolvido em SC ganhará espaço em veículo de Elon Musk; veja dataProjeto ganhará espaço em abril – Foto: AUGUSTO MARASCA DE CONTO/Divulgação/ND

Os pesquisadores do Senai desenvolveram dois aspectos fundamentais do satélite: a comunicação do com a terra — chamada de “estação de solo” — e a comunicação do computador de bordo do aparelho com os demais componentes, detalha Paulo Alberto Macedo Vieira Violada, pesquisador-chefe do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados.

“O computador de bordo é o ‘cérebro’ do satélite. Envolvemos ele com os demais sistemas. O satélite coleta imagens e precisa enviar de volta para a terra, para podermos utilizar”, explica Violada.

Dentre os potenciais do satélite está a capacidade de fornecer informações e imagens que apoiem a indústria 4.0, planejamento urbano, defesa civil, logística e transporte e agricultura de precisão. Apoiado por estações em terra, o dispositivo pode recolher e transmitir dados meteorológicos, de trânsito e do solo.

Lançamento 4c6822

O lançamento do VCUB1 será feito na Califórnia (Estados Unidos) por meio do Falcon 9, veículo de lançamento da SpaceX, empresa comandada por Elon Musk. No mesmo lançamento estarão 100 satélites, de diversos portes, oriundos de vários países.

Após o lançamento, o VCUB1 ficará encapsulado por cerca de 10 dias, até entrar na órbita desejada. Depois, durante outros 20 dias, estará em fase de comissionamento e de testes em todos os seus subsistemas. Assim, a previsão é de que as primeiras imagens da Terra devam chegar em torno do dia 1º de maio.

Reprodução/ND

Satélite vai colher imagens do espaço e mandar para a Terra – Vídeo: Reprodução/ND

O artefato tem a dimensão, em centímetros, de 10x20x30 e 12 quilos, e dará uma volta ao redor da Terra a cada 90 minutos em uma órbita de 600 quilômetros do solo, o que equivale à distância entre os extremos leste e oeste do estado de Santa Catarina e é classificada como órbita baixa.

O primeiro exemplar tem o objetivo de validar as tecnologias que devem ser incorporadas nos próximos projetos da Visiona, destaca a Fiesc.

Tecnologias avançadas 36434s

Estão embarcados no VCUB1 uma câmera de observação, que terá uso na agricultura e controle de desmatamento, e, eventualmente, em cartografia e monitoramento marítimo.

As tecnologias de software de computador de bordo do satélite OBDH (On-Board Data Handling), o Sistema de Controle de Atitude e o de Rádio Definido por Software, criados, testados e validados no âmbito do projeto, estão dentro dos mais avançados padrões tecnológicos deste campo.

Seu domínio permitirá a criação de satélites de qualquer porte, abrindo uma importante frente de negócios para a indústria nacional, de acordo com Augusto De Conto, gerente do projeto.

O OBDH, por exemplo, é considerado o cérebro de um satélite, responsável pelo controle dos subsistemas de bordo e pela interface com o solo e as operações.

Já o sistema responsável pelas funções de navegação, apontamento e controle permite que a câmera seja apontada com precisão para onde se deseja coletar imagens. Na prática, a partir deste projeto a Visiona terá capacidade para projetar e produzir satélites funcionais de vários portes.

Marco para a indústria e para SC 2pp10

“O programa é um marco para o avanço e autonomia da indústria aeroespacial brasileira, já que possibilita ao País deter toda a cadeia de produção e de gerenciamento de satélites, sem depender de softwares de terceiros”, afirma João Paulo Campos, presidente da Visiona.

Ele enfatiza que, apesar das dimensões reduzidas, o VCUB1 possui arquitetura sofisticada, similar à de satélites de maior porte, e equipamentos de missão de última geração.

Constelação Catarina 46d6g

Além do VCUB1, o Instituto SENAI de Sistemas Embarcados participa do desenvolvimento de satélites para a Constelação Catarina, iniciativa em parceria com a Agência Espacial Brasileira e UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), com o apoio da bancada federal catarinense e que terá uma frota prevista para 14 nanossatélites, focados em prevenção de eventos climáticos, além de todas as demais funcionalidades possíveis para o VCUB1.

Outro projeto no campo aeroespacial é em parceria com a empresa catarinense Agrossatélites. Neste caso, não há desenvolvimento de satélites e sim de aplicações de inteligência artificial e visão computacional focadas no acompanhamento de plantio, para proporcionar ganhos de produtividade no agronegócio.

“O desenvolvimento aeroespacial é uma nova era para a indústria de Santa Catarina”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. Segundo ele, os institutos têm trazido soluções muito relevantes para todos os setores da economia.

“Eles criam inovações para aplicações do fundo do mar ao espaço sideral”, destaca Aguiar, referindo-se, por exemplo, a um robô intitulado de Annelida, que reproduz os movimentos de uma minhoca para desobstruir dutos da extração de petróleo da camada do pré-sal, além de inúmeras outras tecnologias para indústria, indústria 4.0, agronegócio, logística, entre outros.

New Space 94x63

O VCUB1 integra a chamada New Space, estágio da corrida espacial baseado em equipamentos de pequeno porte e elevada capacidade de desempenho.

Conforme Paulo Violada, a New Space é uma mudança de paradigma. “O espaço se tornou mais ível e conseguimos criar uma nova economia aeroespacial da indústria privada.

Os satélites tradicionais pesam de 3 a 5 toneladas e orbitam a 35 mil quilômetros do nível do mar; as novas gerações contam com os nanossatélites que têm até 10 quilos ou micro satélites, que vão de 10 a 100 quilos – nos dois casos, os dispositivos ficam em uma órbita menor. Essa nova tecnologia é muito mais barata e, em alguns casos, pode ter desempenho similar ao dos grandes artefatos”.

O grande volume de negócios da nova indústria espacial está nas aplicações que proporciona. “O desenvolvimento da tecnologia movimenta algo em torno de 14 bilhões de dólares anuais; os lançamentos, algo em torno de 6 bilhões de dólares por ano; já os serviços proporcionados pelas aplicações mobiliza cerca de 250 bilhões de dólares”, explica Violada.

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