O foguete espacial chinês que foi lançado no último domingo (24) retornou de forma descontrolada à atmosfera neste sábado (30) e acabou se desintegrando sobre o Oceano Índico. A informação foi confirmada pela agência espacial chinesa e autoridades americanas teriam acusado Pequim e não compartilhar informações sobre a descida potencialmente perigosa.

Um comunicado publicado no perfil oficial no WeChat, a Agência Espacial Chinesa forneceu as coordenadas do impacto: no Mar de Sulu, a cerca de 57 quilômetros da costa leste da ilha de Palawan, nas Filipinas.
“A maioria de seus dispositivos foi destruída” durante a descida, declarou a agência sobre o foguete que foi usado no domingo ado para lançar o segundo dos três módulos que a China precisa para completar sua nova estação espacial Tiangong, que deve estar totalmente operacional até o final do ano. O retorno à atmosfera do foguete chinês havia sido anunciado várias horas antes pelo exército americano.
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meteor spotted in kuching! #jalanbako 31/7/2022 pic.twitter.com/ff8b2zI2sw
— Nazri sulaiman (@nazriacai) July 30, 2022
“O Comando da Força Espacial confirma que o foguete Longa Marcha-5B da República Popular da China reentrou na atmosfera sobre o Oceano Índico em 30 de julho” às 16h45 GMT (13h45 de Brasília), tuitou o exército dos Estados Unidos.
A agência espacial da Malásia declarou, por sua vez, que detectou detritos do foguete queimando antes de cair no Mar de Sulu, a nordeste da ilha de Bornéu.
“Os destroços do foguete pegaram fogo ao entrar no espaço aéreo terrestre e detritos em chamas também aram pelo espaço aéreo da Malásia, podendo ser detectados em várias áreas, inclusive atravessando o espaço aéreo ao redor do estado de Sarawak”, detalhou.
O foguete Longa Marcha-5B não foi projetado para controlar sua descida da órbita, o que, como em lançamentos anteriores, atraiu críticas.
A China “não deu informações precisas sobre a trajetória do seu foguete Longa Marcha-5B”, tuitou o chefe da NASA, Bill Nelson, no sábado.
“Todas as nações que realizam atividades espaciais devem aderir às melhores práticas” porque a queda de objetos desta dimensão “representa riscos significativos de causar perdas humanas e materiais”, acrescentou, ressaltando que o compartilhamento de informação é “essencial” para o “uso responsável do espaço e para manter as pessoas seguras na Terra”.
Yo meteor shower!!!! pic.twitter.com/DwzqM922N5
— 𝐛𝐮𝐭𝐭𝐞𝐫𝐜𝐮𝐩 (@juuulan_) July 30, 2022
A entrada na atmosfera libera imenso calor e atrito, provocando a queima e desintegração dos segmentos. Mas naves maiores, como o Longa Marcha-5B, podem não ser totalmente destruídas.
Seus detritos podem então pousar na superfície terrestre e causar danos e vítimas, mesmo que esse risco seja baixo, estando o planeta coberto com 70% de água.
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Em 2020, destroços de outro foguete Longa Marcha caíram em aldeias na Costa do Marfim, causando danos, mas sem feridos. O gigante asiático vem investindo bilhões de dólares há várias décadas em seu programa espacial.
A estação espacial Tiangong é uma das joias deste programa. A China enviou seu primeiro astronauta ao espaço em 2003. No início de 2019, pousou um aparelho no lado oculto da Lua, uma estreia mundial. Em 2021, pousou um pequeno robô em Marte e planeja enviar homens à Lua até 2030.