O tempo realmente virou, e aos poucos o inverno – que só começa oficialmente a partir de quarta-feira, 21 de junho – começa a dar as caras em Florianópolis. Desde domingo (11), a chegada de uma frente fria no Estado, seguida de uma massa de ar polar, mudaram o clima, trazendo vento, chuva e queda brusca nas temperaturas em Floripa.

É bom preparar o guarda-chuva e o casaco, porque a previsão do tempo indica mais chuva e ventos fortes na Capital até o fim da semana. Tudo devido a um ciclone que está se formando no Sudeste do Brasil e atinge a Florianópolis entre a próxima quinta e sexta-feira.
O anuncio é do Epagri/Ciram (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina / Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina) e deixou a Defesa Civil da Capital em estado de alerta.
“Este ciclone deve ser intenso, com muita chuva, cerca de 120 a 240 milímetros em vários pontos de Santa Catarina, principalmente na quinta e sexta. Os ventos também serão fortes, vindo com Sul, com rajadas de 80 a 100 km/h. Isso vai deixar o mar bastante agitado e há previsão de ressaca.”

Tudo isso traz risco eminente de alagamento e desmoronamento de terra em Florianópolis e outros locais do Estado. A população deve ficar alerta e, se notar qualquer indício de movimentação de terra ou alagamento grave, deve entrar em contato com a Defesa Civil, no telefone 199.

Apesar do ciclone, as temperaturas devem ficar próximas das registradas neste início de semana. “Até esta terça-feira (13), choveu em Florianópolis entre 17 e 33 milímetros. Os dias mais frios foram segunda e terça-feira, quando os termômetros oscilaram entre 12°C e 18°C. Até o fim da semana esquenta um pouco. As temperaturas variam entre 15°C e 18°C”, informa a previsão, que anuncia o retorno do Sol a partir do fim de semana.
Inverno bem diferente dos últimos três anos p491t
Maria Laura Rodrigues, meteorologista da Epagri/Ciram, adianta que neste ano o inverno deve ser atípico, se comparado com os últimos três anos. “Nos últimos três invernos, tivemos a influência do fenômeno La Niña – que trazia muito frio e pouca chuva. Agora, estamos sob a atuação do El Niño, que é o oposto. Ou seja, no inverno de 2023 teremos chuva acima da média, e mal distribuída, principalmente entre julho e agosto, e temperaturas ficam amenas”, destaca.
“É claro que teremos picos com muito frio, mas serão poucos, e em um curto período. Há até previsão de veranicos, com termômetros beirando os 30°C em Florianópolis.”
A previsão para os meses de junho e julho são bem parecidos em relação à média climatológica de chuva, variando de 70 a 140 mm do Planalto ao Litoral e, de 110 a 170 mm no Oeste e Meio Oeste, sendo o mês de junho um pouco menos chuvoso em relação a julho.

Em agosto, a média de chuva sobe um pouco em relação a julho, variando de 110 a 190 mm no Oeste, Meio Oeste e Planalto, e de 110 a 150 mm no Vale do Itajaí e Litoral. A chuva é preferencialmente causada pela influência de frentes frias, sistemas de baixa pressão e a corrente de jato (ventos fortes em altos níveis da atmosfera). Também é a época de atuação frequente dos ciclones extratropicais próximos ao litoral Sul do Brasil, que oferecem perigo às embarcações, com ventos fortes e mar agitado, que muitas vezes resultam em ressaca.