A primavera, marcada pelas flores e pelo aumento das temperaturas, começa oficialmente neste sábado (23). No entanto, segundo a Defesa Civil, a última semana de inverno vai registrar altas temperaturas para essa época do ano, em Santa Catarina, devido a uma onda de calor que deve terminar somente no domingo (24).
No Centro da Capital, as sombrinhas e o boné ajudaram a aliviar o calor – Foto: Leo Munhoz/ ND
Os termômetros em Criciúma marcaram 40°C, na segunda-feira (18), de acordo com a Epagri/Ciram, o dia mais quente do ano até agora na cidade. No Centro de Florianópolis, os termômetros de rua registraram 29°C, mas a sensação térmica beirou os 35ºC.
Com o sol e calor, as pessoas procuravam maneiras de se refrescar: sorvete, caldo de cana, água gelada. Na cabeça, sombrinhas, chapéus e bonés para proteção. Para a pensionista do INSS Andrea Arêas, 39 anos, o calor “anormal” na estação mais fria do ano é decorrente do aquecimento global.
“Temos como nos responsabilizar pela situação, seja por uma bituca de cigarro, um papel no chão. Podemos colaborar para amenizar esse calor”, declara ela. “O importante agora é nos cuidarmos ando bastante protetor solar e tomando bastante água”, disse ela.
Gilsa Thompson, 48 anos, amiga de Andrea, avaliou que a sensação de calor é grande se pensarmos que ainda falta um tempo para a chegada do verão. “Mas eu tento compensar lembrando que vai chegar a primavera, tem chuva mesmo com calor e a Ilha fica linda florida”, ressalta.
Gilsa (à esq.) diz que a Capital fica mais bonita na primavera, e Andrea ressalta a importância da hidratação, do filtro solar e dos cuidados com o meio ambiente – Foto: Leo Munhoz/ NDCaldo de cana geladinho para refrescar o dia quente 54234u
Claudete Maria Pragno, 51 anos, foi para o Centro da Capital com o filho e outros integrantes da ONG (Organização Não Governamental) “Onda Azul”, projeto social de oito anos que utiliza o surf como terapia para pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) para a cerimônia na prefeitura que reconheceu os cordões girassol e quebra-cabeça como símbolos de respeito e inclusão.
Depois do evento, o grupo andou pela rua e se refrescou tomando caldo de cana em um dos estabelecimentos do mercado público. “Viemos aqui por causa do evento, mas paramos para nos refrescar tomando um caldo de cana porque a gente merece. O calor está bem forte. A gente sabe que este tempo não faz parte do inverno, mas apreciamos do mesmo jeito”, conta ela.
Vai dar praia no fim de semana 21243z
Depois de um dia de forte calor, o clima começou a mudar ao longo da tarde e da noite de segunda-feira. Isso se deu por causa da aproximação de uma frente fria combinada com a influência de uma área alongada de baixa pressão que aumenta a nebulosidade em todo o Estado, provocando chuva acompanhada de trovoadas, que podem vir acompanhadas de rajadas de vento e eventual queda de granizo, mas sem baixar muito as temperaturas. Essa condição deve durar até quarta-feira (20).
Para esta terça-feira (19), a Defesa Civil alerta para as condições de temporal à tarde e à noite, em especial nas áreas litorâneas, no Alto Vale do Itajaí e na Serra do Mar. Os temporais podem vir acompanhados de intensas rajadas de vento e eventual queda de granizo. Já a chuva terá acumulados elevados em um curto período de tempo.
A Defesa Civil afirma que eventuais temporais ocorrem também devido à combinação da presença de umidade com o aquecimento diurno. Apesar do tempo chuvoso, as temperaturas se mantêm altas, com máximas de 26°C e mínimas de 19°C, e sensação de abafado.
O tempo volta a estabilizar a partir da quinta-feira (21). Não deve chover devido a um sistema de alta pressão. As temperaturas seguem altas para a época do ano e o pico do calor deve ocorrer nas tardes de sábado e domingo, quando as temperaturas ultraam os 35°C em quase todas as regiões do Estado.
Governo não descarta volta do horário de verão 4g3j4a
O Ministério de Minas e Energia conduz análise do ponto de vista técnico sobre a pertinência ou não de o país voltar a adotar o horário de verão, suspenso no Brasil desde 2019, pelo até então presidente Jair Bolsonaro.
O horário de verão começava em outubro, com o adiantamento dos relógios em uma hora, e terminava em fevereiro, com o atraso de uma hora. O objetivo era aproveitar o maior período de luz natural durante a época mais quente do ano, entre a primavera e o verão, para reduzir o consumo de energia elétrica nos horários de pico.
“Com o relevante crescimento da micro e minigeração distribuída, percebeu-se um retorno do período de máximo consumo para a noite, que poderia ser reduzido com a adoção da política”, afirma o ministério, em nota.
No entanto, outros efeitos precisam ser considerados na avaliação das vantagens ou desvantagens, segundo a pasta. Com o aumento de consumo em determinados horários do dia e as condições energéticas do Sistema Interligado Nacional, que para o ano de 2023 contam com recursos energéticos mais do que suficientes para a garantia do atendimento.
Para a recepcionista Larissa Conceição, 22, a volta do horário de verão, se confirmada, será muito bem-vinda. “Eu gosto muito. No inverno escurece mais cedo e no verão já é normalmente mais claro, então vai dar pra aproveitar mais o dia”, opina ela.
