Assim como no Oeste de Santa Catarina, a chuva preta deve chegar a Itajaí, no Litoral Norte, ainda nesta sexta-feira (13). A Defesa Civil do município emitiu alerta para a previsão de pancadas de chuva com trovoadas.
Sergey Araújo, Climatologista da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), explica que a chuva deve “lavar” um pouco da fumaça presente na atmosfera, o que torna a chuva preta.

“A chuva é preta, assim como deu no Rio Grande do Sul, quando chega acaba limpando a fumaça. Aqui no Litoral, temos o nevoeiro marítimo, que nos blinda um pouco dessa fumaça, entretanto, cidades mais afastadas do mar acabam vendo fumaça e não nevoeiro”, explica Sergey.
Itajaí está com a qualidade do ar em 129, já considerado nível laranja, sendo insalubre para grupos vulneráveis, de acordo com monitoramento da empresa suíça IQAir.
Ainda de acordo com Sergey, a fumaça é fuligem, poeira, tornando a vida de quem sofre de renite, a asma, ainda pior. “Quando perto do mar, com o nevoeiro, ela acaba tendo um pouco mais de umidade. Não quer dizer que quem tem renite ou asma não vai deixar de sofrer, vai, só que melhora a respiração devido à unidade”, explica.

Com chuva preta, SC se livrará da fumaça? 711p6x
Ainda conforme Sergey, o Estado só vai se livrar completamente da fumaça quando cessarem as queimadas na Amazônia. Uma frente fria deve afastar um pouco a fumaça, entretanto o tempo muda novamente e ela retorna.
“Nesse final de semana nós temos uma frente fria que mudará os ventos, agora de nordeste para o quadrante sul, o que acaba levando um pouco dessa fumaça de volta para o centro do país e com a chuva dá uma limpada na atmosfera, mas ou a frente fria, normalizou novamente as condições do tempo, mudou o vento para o nordeste, novamente teremos fumaça”, destaca.
Com a frente fria, o Litoral Norte de Santa Catarina terá apenas uma trégua da fumaça, que depois volta. “Só resolve quando chover na Amazônia e parar as queimadas”, defende Sergey.

O climatologista explica ainda que amos por duas situações, entre elas o El Ninho, que traz chuva para a região centro-sul, do Mato Grosso pegando também São Paulo, e leva estiagem para a região norte e nordeste.
“A Amazônia está ando por uma estiagem muito grande em parte disso, pela questão do El Ninho. Agora que está chegando a Laninha temos a previsão de modificar isso. Com essa estiagem e com as altas temperaturas, qualquer colocação, por exemplo, numa lavoura, de queimada, acaba sem controle e pega fogo, e é o que estamos vivendo agora”, finaliza.