O tsunami meteorológico que atingiu Laguna no último sábado (11), trouxe medo aos catarinenses que moram perto do mar, temendo que ele possa se repetir. No caso dos habitantes do Litoral Norte, eles podem ficar tranquilos, pois a chance de ocorrer na região é muito remota.
Tsunami meteorológico assustou moradores de Laguna no último sábado (11) – Foto: Internet/Reprodução/NDPara o fenômeno acontecer, são necessários vários ingredientes: altas temperaturas, tempestades e outras condições meteorológicas adversas, como ventos fortes. Basicamente, depende de ocorrências em alto mar que possam se refletir no litoral.
Quando o oceano é atingido por ventos de cima a baixo, as águas se “empilham”, provocando ondas mais agitadas – que precedem o tsunami. Esse padrão é raro de acontecer, no entanto, e sua frequência muda de acordo com a estação, segundo o meteorologista Piter Scheuer.
“No verão é mais comum”, ressalta o cientista. “A convecção (forma de transferência de calor) fica mais organizada durante o período da tarde e início da noite. E essas tempestades, como buscam umidade, se propagam para o oceano e, em seguida, se desmancham”.
Praia Central de Balneário Camboriú, vizinha de Itajaí e uma das mais famosas do Litoral Norte, não está imune ao fenômeno que assustou Laguna – Foto: Pedro Mariano/NDTVTsunami no Litoral Norte dependeria de muitos fatores 4dn6w
O Litoral Norte reúne condições para que caiam ‘tormentas’ severas em alto mar, ou seja, o tsunami pode aparecer na região. Isso não quer dizer, que as chances de ele acontecer sejam altas já na primeira tempestade.
“Não está livre, mas a condição é muito pequena”, disse Scheuer sobre o risco na região. “Tem calor, tem umidade e chances de temporais, mas se colocar em uma escala de 0 a 100%, seria algo como 3% ou 4%”, aponta.
Praia Brava, em Itajaí, também poderia ser atingida pelo fenômeno em caso de junção de fatores climáticos – Foto: Alfabile Santana/Prefeitura Municipal de Itajaí“Se tiver também um vendaval em alto mar, uma micro explosão em alto mar, pode ter o tsunami. É um fenômeno de interação oceano atmosfera”, continuou Schauer. “Na região de Laguna e Jaguaruna, por exemplo chegou a 40° C com temporal severo em vários pontos”.
Com a chegada do verão, a Defesa Civil deve ficar atenta para altas temperaturas e temporais fortes e rápidos, como de costume na estação. No entanto, não é um risco frequente como os de deslizamentos e enxurradas, que trazem problemas sérios ao Litoral Norte.
