Ainda não é possível calcular os prejuízos em Ituporanga, no Alto Vale do Itajaí. Pela força e rapidez com que a nova enchente tomou conta das ruas em diferentes bairros, o prefeito Gervásio Maciel descreve que “um mar de água” invadiu a cidade. A cota de inundação da cidade foi elevada para cinco metros.
Nesta manhã de sexta-feira (17), às pressas, comerciantes retiram objetos e mercadorias da rua Presidente Nereu, a principal rua do Centro da cidade. O trabalho foi diferente do mês de outubro, quando tudo foi retirado e o nível demorou até chegar no local.
“Ninguém acreditava que iria ter esta enchente. Choveu demais. A gente ficou confiante que não iria ter tanta chuva”, descreve o prefeito. Em Ituporanga, de acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina, foram 175 milímetros em 24 horas.

Um segundo abrigo está sendo aberto nesta sexta-feira, na área central, no Ginásio da Creche Matilde Sens. Além deste, há famílias abrigadas no Colégio João Carlos Thiesen, no bairro Vila Nova. Como a chegada de famílias está sendo ampliada, ainda não há números oficiais sobre a quantidade de pessoas abrigadas no município.

O Comitê de Crise instalado na prefeitura monitora as condições e tem se organizado para atendimento das famílias que precisam sair de suas casas.

Deslizamentos causam danos em estradas de Ituporanga 48581g
Um deslizamento de terra, com quedas de árvores, atingindo a rede elétrica, foi registrado na SC-350, próximo ao Portal de Ituporanga. Segundo o prefeito, Gervásio Maciel, a prestadora de serviço que realiza manutenção estava próxima do local e conseguiu reparar o dano de forma rápida. Ninguém se feriu.
Deslizamento de terra foi registrado no o a Ituporanga – Vídeo: Divulgação/ND
Nos bairros Vila Nova, Águas Negras e Gabiroba também são registradas ocorrências onde há necessidade de intervenção para garantir o tráfego.
Prejuízos na agricultura são incalculáveis 192h2f
Ituporanga tem a economia voltada para agricultura, sendo o maior produtor de cebola do estado de Santa Catarina. Outras culturas como a do tabaco, também garantem a renda de centenas de outras famílias. Com as chuvas, de acordo com o prefeito Gervásio Maciel, os 1500 quilômetros de estradas vicinais estão sendo prejudicadas.
Na manhã desta sexta-feira (17), o município mantinha seis equipes com máquinas e equipamentos para garantir o o ao interior. “Plantador de fumo não está podendo colher e ele amadurece e perde. Além disso, muitos trabalhadores estariam neste momento arrancando cebola que está madura e não conseguem nem entrar na plantação”, lamenta Gervásio. “É quase incalculável o prejuízo que temos no interior”.
O prefeito de Ituporanga acredita na recuperação do comércio, mas teme pelo agricultor com a perda da safra.
“Nosso plantador de fumo plantou e da venda ele sustenta a família por um ano. E agora? Como é que fica? Até o ano que vem ele não tem rendimento. É um problema social muito sério”, descreve.
Rio do Oeste a por mais uma enchente após rio subir mais de 4 metros em 24 horas 1t2166
O cenário em Rio do Oeste representa muito do que as cidades do Alto Vale aram nas últimas 24 horas. Se na manhã de quinta-feira (16), era possível transitar pela rua Sete de Setembro, nesta sexta-feira (17) as águas do rio Itajaí do Oeste invadiram novamente casas e comércios. Em 24 horas, de acordo com Defesa Civil do município, houve uma elevação de 4,09 metros no nível do rio.
Ruas alagadas em Rio do Sul. Cena se repete em menos de um mês. – Vídeo: Divulgação/ND
Na sexta-feira, a Defesa Civil ainda acompanha o aumento do nível do rio em quase 30 centímetros por hora e ampliou a cota de inundação para 12 metros. Caçambas, tratores e caminhões transitaram durante toda a noite para retirada de bens do comércio e também das casas.
De acordo com o prefeito, Diogo Ferrari, nesta tarde, a partir das 14h, o município vai receber um reforço do Corpo de Bombeiros para retirada, com barcos, de famílias que estão no segundo piso na área central da cidade.

A cidade havia ficado inundada quase 20 dias durante o mês de outubro, mas desta vez, a chegada das águas de acordo com o prefeito veio com uma velocidade nunca vista.
“É desesperador é triste é muita água vinda de Mirim Doce, Pouso Redondo. Não vamos mais pensar em bens, vamos nos proteger. A água vai chegar com força. Corram”, apela Diogo Ferrari.