Foram dois dias de muito esporte e calor no Costão do Santinho, zona norte de Floripa. A Copa Davis entre Brasil x China reuniu um excelente público e tênis de alta qualidade com a seleção brasileira do capitão Jaime Oncins.
No duelo de “melhor de 5”, o Brasil venceu a China por 4 x 0 garantindo a vaga nos Playoffs do Grupo Mundial. Agora o Brasil aguarda o sorteio, pra conhecer o adversário e os próximos os nessa competição que é considerada a ‘Copa do Mundo’ do tênis.
O evento nas quadras é realizado em dois dias, mas o envolvimento jornalístico é de pelo menos uma semana cheia, acompanhando os treinos, o sorteio e tudo que envolve uma cobertura internacional. Vale destacar aqui toda a organização de uma competição desse porte e o tratamento “diferenciado” dedicado às equipes do Grupo ND (NDTV, ND+, Jornal ND) durante os dias de Copa Davis.
O calor
Foram dias de altas temperaturas. A famosa sensação térmica beirava os 40 graus pertinho da quadra central. A abertura da Copa Davis foi marcada para o meio dia de sexta (03), inclusive a decisão era tratada como estratégia.
Estive analisando e percebi que o Costão do Santinho foi propositalmente construído de frente para o sol, só pode. Engenharia pura do mestre Fernando Marcondes de Mattos. O calor por lá é diferente de qualquer outro lugar da Ilha. Faz o teste. Podem ser as pedras do costão, a posição geográfica, não sei dizer. O sol brilha diferente por lá e derrubou até o meu protetor solar fator 70.
Foram 2 dias entrevistando muita gente interessante que ou pelo espaço do Grupo ND no Boulevard Copa Davis. São tantos os destaques que eu fiz até uma lista (e claro, vou esquecer alguma coisa):
Rafael Westrupp
Rafael Westrupp, é um presidente duplo. O manezinho comanda a CBT (Confederação Brasileira de Tênis) e também a Confederação Sulamericana de Tênis. É o homem forte do Tênis no sul do Mundo. Um gentleman das raquetes.

Onipresente em todos os cantos da Copa Davis, Westrupp participou ativamente de todos os momentos importantes do evento. Atendeu a imprensa como um viking no campo de batalha, mas sem “cara fechada”, sempre com um sorriso no rosto e com as informações na ‘ponta da língua’ para todas as questões dirigidas.
Rafael Kuerten
O Rafael Kuerten, irmão de ‘você sabe quem’ estava lá com a família. Um parceiro de longa data (desde os anos 80, na época que estudávamos no Colégio Coração de Jesus e jogávamos bola no campo de areia da Astel) e sempre disponível e animado para uma entrevista. Em frente a câmera da NDTV, perguntou se podia usar a viseira “da firma.” Pode usar a viseira, o boné, o chapéu, a bandana, um capacete meu brother.

A resenha é sempre boa. Lembrou dos desafios dele e do Guga na Copa Davis lá no fim dos 90 e início dos 2000, falou sobre estar sempre rodeado de amigos nessas competições e também sobre ser mais difícil, num forte calor, ficar na arquibancada do que na quadra. “Na quadra a gente esquece de tudo e nem lembra do calor”. Perguntei sobre o Guga. “Jantou ontem com os jogadores do Brasil e deve vir amanhã”. Confesso que não vi por lá, nosso astro maior do tênis.
Fernando Meligeni
O ex-tenista e hoje comentarista esportivo, Fernando Meligeni, o Fininho, foi homenageado pela Copa Davis e CBT, pelos 20 anos da conquista da medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de Santo Domingo, na República Dominicana. Fernando ganhou um vídeo estrelado por amigos e familiares e também um troféu. Foi emocionante. No momento da homenagem eu estava pertinho do telão e assisti ao vídeo com muita atenção. Uma lágrima brotou, mas o forte calor, logo a fez evaporar. Acredite.

Fininho sempre colocou o coração “na ponta da raquete”, fez história e mereceu cada palavra de elogio. No centro da quadra, entre um jogo e outro, ele tentou segurou as lágrimas, agradeceu a homenagem e foi aplaudido de pé por toda a arquibancada do ‘Estádio Guga Kuerten’. Fininho foi um ‘monstro’ nas quadras. A linhagem é forte. Fiz questão de registrar uma foto com a fera.
Governador Jorginho Mello
Jornalisticamente falando, nunca trabalhei diretamente com Política. Não entendo muito do assunto e até prefiro manter distância, mas eventualmente em uma competição esportiva, surge a oportunidade de uma entrevista ou outra. Os olhos atentos do cinegrafista Gustavo Karasiak, perceberam a comitiva do Governador Jorginho Mello, cruzando o ‘Boulevard Copa Davis’ e resolvemos arriscar.
Nos aproximamos e joguei aquela manjada: “Governador, poderia responder uma perguntinha para a nossa equipe da NDTV?”. Ele prontamente, acenou de forma positiva e antes de responder, elogiou o meu bigode. “Que bigode bonito”, disse o Governador. “Estou cultivando, mestre”, respondi com carinho. Conversamos sobre a importância de um evento como esse no calendário do verão catarinense e também sobre a paixão dos filhos do “Gov” pelo esporte. “Eu não jogo nada, mas costumo ajudar, buscando as bolinhas, quando meus filhos jogam uma partida”.
Márcio Carlsson
O ex-tenista catarinense tem uma história importante no desenvolvimento do esporte em Santa Catarina e no Brasil. Nas Duplas Masculinas, foi parceiro de Fernando Meligeni e Gustavo Kuerten. Disputou também uma edição da Copa Davis em 1999 e os Jogos Panamericanos de Santo Domingo em 2003.

Para se proteger do sol, o ‘homem’ tava disfarçado no Costão, com óculos escuros e boné branco. Reconheci a fera e trocamos uma ideia rápida. Ele lembrou das matérias que fizemos juntos no início dos anos 2000. Boas lembranças daquela época. O Márcio voava em quadra. Sempre fiquei com a sensação que ele poderia ter chegado muito mais longe. Tênis, ele tinha. Coisas do esporte.
Júlio Heerdt
O presidente do Avaí é sempre muito atencioso com todos. Essa é a impressão que fica por onde ele a. Quando chegou ao Costão do Santinho foi logo abordado pela imprensa, afinal o fim de semana era de Clássico em Florianópolis (vencido pelo Leão da Ilha por 4 x 0 diante do Figueirense). Ele é um amante do futebol (of course) e do Tênis, esporte que praticou na adolescência.
Fernando Marcondes de Mattos
Nosso anfitrião da semana, Dr. Fernando Marcondes de Mattos é sempre “uma simpatia”. Desde os meus primeiros dias no jornalismo, lá no distante fim dos anos 90, eu tenho por milhares de motivos diferentes, encontrado e entrevistado bastante o Dr. Fernando. Dessa vez, quando o convidei para uma entrevista, a primeira coisa que ele fez foi arrumar a ‘cordinha’ da minha credencial de imprensa, que tava ‘meio torta’. Valeu professor.
Como o calor e a ameaça de chuva, foram assuntos da semana, perguntei se existia alguma ideia ou projeto de uma quadra coberta no Costão, afinal o local é a casa da Seleção em SC. “Vamos ficar de olho, se o Brasil ar de fase, podemos até pensar em uma quadra assim. Tudo é possível”. Já pensou?
Thiago Monteiro
Todos os atletas da Seleção foram muito educados e prestativos coma imprensa e com os fãs. O tenista número 1 do Brasil, Thiago Monteiro foi um dos mais procurados para entrevistas, autógrafos e selfies. Em determinado momento, após a conquista, foi cercado pelos fãs mirins, que queriam registrar esse encontro com aquela foto esperta no celular.

Perguntei sobre o carinho dos fãs. “É muito especial. Um dia eu estava no lugar deles, querendo um registro, trocar algumas palavras com o tenista que eu acompanhava nas quadras”. Foi capa do Jornal ND, na edição do fim de semana. Levou um exemplar para guardar.
Felipe Meligeni
Reconheceu o sobrenome? Felipe foi um dos convocados por Jaime Oncins. é sobrinho de Fernando Meligeni e Número 2 do Brasil. Linhagem boa demais. Felipe ao lado de Rafael Matos, venceu a dupla chinesa formada por Zhang Ze e Jie Cui. Na torcida a família, em peso. Importante demais. É o mais estiloso da equipe, chinelão, brinco e chapeuzinho bucket. A foto taí.

Rafael Matos
O tenista gaúcho, mora em Camboriú e treina em Itajaí. Conhece bem Santa Catarina e a Austrália muito bem. Uma semana antes da Copa Davis em Florianópolis, ele foi campeão do Australian Open, ao lado da também brasileira Luisa Satefani, nas duplas mistas. Chegou com moral e representou.

Matheus Pucinelli
Matheus é da nova geração. Paulista de 21 anos foi escalado para o jogo de abertura da Davis contra o Chinês Te Rigele. Mandou logo um 2 x 0 (6/1 e 6/2) para abrir o caminho dessa conquista para o Brasil. Nas entrevistas, sempre muito centrado, mantendo o estilo das quadras: concentração e ‘punho cerrado’.
