Um Gustavo Kuerten inquieto, esfregando as mãos e o tempo todo incentivando. Tricampeão de Roland Garros, Guga acompanhou a vitória do catarinense Pedro Boscardin sobre o francês Maxime Janvier no início da tarde desta quarta-feira (19) no Engie Open de Tênis.

Do lado de fora das quadras, Guga foi quase um “técnico” para Boscardin. Aplaudiu a cada ponto, além de conversar com o jovem tenista diversas vezes durante o jogo. “Isso, mantém a agressividade”, dizia.
O principal nome da história do tênis brasileiro conversou com a reportagem do Arena ND+ no LIC (Lagoa Iate Clube) após a partida e contou sobre a relação especial que tem com o jovem catarinense de ville.
“A gente fica sempre emocionado e ligado de uma forma, principalmente quando tem um garoto daqui, que a gente acompanha há muito tempo. A mãe dele [Pedro Boscardin] morou comigo quando eu era pequeno. Tem todo um laço especial”, conta Guga.
Na opinião do ex-tenista, a principal dificuldade durante a partida esteve no controle da ansiedade, ainda mais se tratando de um torneio de grande porte como o ATP Challenger 75.
“O Pedro [Boscardin] a gente está acompanhando a trajetória dele desde os 8 anos de idade. Na última semana que eles tiveram a oportunidade de vir para cá, conversamos mais detalhadamente. Nessa idade para eles o principal é ter mais clareza, um objetivo definido do que fazer e controlar aquela ‘confusão’ que é ser tenista”, explica.
“Tentei ajudar da melhor forma, em uma mensagem que seja muito clara, que ajude desde a parte de inspiração e motivação até mesmo alguns ajustes que o jogo corresponde. O tênis é interessante porque às vezes uma bola pra lá, outra pra cá já muda a confiança e decide uma partida”, completa.

Troca de ideias entre gerações 2g3s4x
Guga ainda fez uma avaliação sobre a participação brasileira no torneio e falou sobre como a experiência dele e essa “troca de ideias” entre diferentes gerações do tênis pode agregar para o crescimento do esporte.
“Essa experiência toda para trás é sempre válida. Estar aqui faz com que traga um fator importante. A distância já é muito grande, é observar mais para cada um deles. Temos o Pedro [Boscardin], o João [Fonseca], que é um menino muito precoce, cada um deles do seu jeito”, avalia.
“É buscar o que é bom e o que pode funcionar para cada um deles evoluir, é distanciar e utilizar nossa história, inspiração como algo motivacional. É o suficiente, o resto, é a vez deles, a bola está com essa turma mais nova. Uma geração muito determinada, decidida do que querem fazer, é gratificante ver isso. Estar nesse ambiente é prazeroso e mágico para essa galera mais nova.”, completa.

Na opinião do ex-tenista, é fundamental para a valorização da modalidade Florianópolis receber um torneio como o Engie Open de Tênis.
“Tá certo que hoje existe internet e as facilidades que nos aproximam muito mais dos grandes eventos. Mas isso aqui é nosso, é no quintal de casa. Dá para sentir, respirar, viver e é a oportunidade que eu recomendo para todos que puderem apreciar, se aproximar de alguma forma”, afirma Guga.
“O tênis é um exemplo impactante para as crianças e adultos que gostam de vivenciar esse ambiente. O torneio está lindo e vamos torcer para os brasileiros seguirem em frente”, conclui.