Conheça as 3 cidades catarinenses que fazem parte da ‘Rota da Baleia Franca’ 4a5325

Em Garopaba, Imbituba e Laguna é possível ver de perto a beleza da baleia franca no mar catarinense 26 setembro 2022 às 19h56 11 Minutos Patricia Stahl Gaglioti Enviar no WhatsApp 131tf

O litoral catarinense é um lugar privilegiado no Brasil para observação de baleias francas. De julho a novembro, mais de 100 costumam chegar à costa de Santa Catarina para acasalar, dar à luz e cuidar de seus filhotes nos primeiros meses de vida.

Baleia franca na Praia do Rosa, em Imbituba Baleia franca na Praia do Rosa, em Imbituba – Foto: Bernardo Villanueva

Da Grande Florianópolis ao Sul do Estado, as gigantes do mar, que medem aproximadamente 15 metros e chegam a 60 toneladas, podem ser avistadas e iradas ao lado de seus “pequenos” ou em saltos no oceano.

A jornada até a costa catarinense é longa. Uma viagem de quase oito mil quilômetros. Durante o verão elas permanecem na Antártica, onde se alimentam. Quando o inverno se aproxima, elas nadam em busca de águas mais quentes para acasalar e procriar.

Aquelas que procriam por aqui irão retornar 12 meses depois, tempo estimado da gestação, para ter seus filhotes. Isso porque, segundo estudos, as baleias francas demonstram ter fidelidade às suas áreas de reprodução.

Enquanto hoje em dia elas nadam livremente nos mares catarinenses, em terra firme ainda existem resquícios históricos de uma intensa atividade baleeira, responsável pela captura e morte de muitas baleias em Santa Catarina. A inversão nessa história é fruto de muitas mudanças, da matriz econômica à conscientização da necessidade de se preservar a espécie.

Observar esses mamíferos gigantescos tão de perto é uma oportunidade de perceber que nós, humanos, somos mais uma de tantas espécies que habitam e devem coexistir nesse universo enorme.

Em diferentes cidades do litoral catarinense, a baleia franca se tornou um símbolo turístico. Nas regiões onde sua presença é mais intensa, foi criada a “Rota da Baleia Franca” e guias locais conduzem os turistas até os pontos de observação, além de explicarem sobre o animal e a história de sua presença no Estado.

Quer saber quais cidades fazem parte da rota, onde observar as baleias francas e o que mais conhecer nessas regiões? Então fique com a gente para ter todas as respostas.

O que é a “Rota da Baleia Franca” e quais cidades fazem parte dela? 6s5c31

Baleia franca em LagunaBaleia franca, em Laguna – Foto: Elvis Palma

A “Rota da Baleia Franca” é um destino turístico destinado à observação das baleias no mar catarinense. A rota abarca três cidades do Sul do Estado: Garopaba, Imbituba e Laguna, onde todos os anos é comum avistar o animal. Do primeiro ao terceiro município da rota são apenas 60 quilômetros de deslocamento.

Todos os pontos de avistamento da baleia franca são por terra. eios embarcados, por meio do qual é possível chegar mais perto dela, estão proibidos na área da Área de Proteção Ambiental (APA) da baleia franca.

A APA abarca 130 quilômetros de extensão da costa catarinense, indo do Sul de Florianópolis à cidade de Balneário Rincão. Criada em 2000, ela ordena o uso dos recursos naturais, ocupação das águas, tráfego de embarcações e uso turístico, a fim de proteger a espécie.

É comum as baleias permanecerem vários dias e até semanas nas mesmas enseadas do litoral sul, o que torna mais fácil de conseguir avistá-las. Mesmo assim, na companhia de guias especializados é mais garantido chegar nos melhores locais, até porque eles contam com serviço de monitoramento.

Além disso, a experiência se completa com a troca de conhecimentos sobre o animal, seus hábitos e a história de Santa Catarina com as baleias francas.

Qual a melhor época para avistar as baleias francas em Santa Catarina? 5gz6m

A temporada de reprodução das baleias francas no Brasil começa em julho e vai até novembro. O maior número de baleias nos mares catarinenses se concentra entre a segunda quinzena de agosto e a primeira de outubro. Por isso, o mês de setembro é o mais propício para observação delas.

Os melhores pontos de avistamento são locais mais altos, como morros. Utilizar binóculos ajuda muito a enxergar com mais clareza e detalhes as gigantes do mar.

No entanto, avistá-las também depende das condições do tempo e do mar. Em dias de água agitada ou com chuva, fica mais difícil de conseguir enxergar, embora elas sempre fiquem próximas da costa.

Onde observar baleias francas em Garopaba? i1e4

Baleia franca na Praia de Siriú, em Garopaba – Foto: Daniel RodriguesBaleia franca na Praia de Siriú, em Garopaba – Foto: Daniel Rodrigues

Localizada a cerca de 75 quilômetros de distância de Florianópolis, Garopaba é a primeira das três cidades da “Rota da Baleia Franca” vindo do Norte do estado para o Sul.

No município de quase 115 km², o principal local para o avistamento das baleias francas é no alto da escadaria na divisa entre as praias de Garopaba e Siriú.

Localizada no canto norte da Praia de Garopaba, a estrutura de madeira fica entre o costão rochoso com vegetação e o mar. Assim que termina a escadaria há um mirante natural de observação.

Trata-se de uma grande pedra com vista privilegiada. É ali, inclusive, que os biólogos do “Projeto Cetáceos”, destinado a pesquisa e educação ambiental, monitoram as baleias francas.

Outros locais por onde as gigantes am são pela famosa Praia da Ferrugem e pela Praia do Silveira. Na primeira, um bom local de observação é o Morro do Índio, na divisa com a Praia da Barrinha.

Para os mais aventureiros, guias especializados conduzem uma trilha que a por cinco praias: Ferrugem, Barrinho, Ouvidor até a Vermelha e do Rosa, em Imbituba. O trajeto costuma ser acompanhado por baleias francas e seus filhotes, que nadam pelos costões.

O que fazer em Garopaba? 2144x

Além da observação de baleias francas, Garopaba preserva em seu Centro Histórico resquícios de um período em que a relação com esses animais era muito diferente.

Foi nessa área que se deu o início da formação da atual cidade, com o povoamento pelos imigrantes vindos da ilha dos Açores. Ali, entre 1793 e 1795 se formou a Armação Baleeira São Joaquim de Garopaba. Um complexo de estruturas onde se organizava a vida social e econômica das pessoas, por meio da caça e beneficiamento do óleo de baleia.

A Praça 21 de Abril, também no Centro Histórico, era o local onde em séculos ados se derretia a gordura das baleias. Do outro lado da rua, fica a Igreja São Joaquim, erguida no século 18 utilizando óleo de baleia em sua argamassa.

Além de histórico, o Centro é atualmente um espaço cultural. Galerias de arte, lojas de artesanatos e a Casa de Cultura de Garopaba ressignificam o local, estreitam laços da comunidade e fortalecem o turismo.

Onde observar baleias francas em Imbituba? 6g2c6j

Baleia franca na Praia do Rosa, em Imbituba – Foto: Bernardo VillanuevaBaleia franca na Praia do Rosa, em Imbituba – Foto: Bernardo Villanueva

A cidade de Imbituba fica a aproximadamente 30 quilômetros de Garopaba. Considerada a Capital Nacional da Baleia Franca, é o município onde se registra o maior número de baleias durante a temporada de reprodução.

O município conta com vários locais de observação – alguns deles com estrutura de decks e outros com mirantes naturais e trilhas. É o caso da Praia da Luz, entre a Praia de Ibiraquera e a Praia do Rosa.

Por lá, você encontra um mirante natural com trilha onde é possível avistar baleias francas. No entanto, o caminho é um pouco pesado, já que a por trechos bem íngremes.

A pequena e deserta Praia D’Água também é um local de agem de baleias. O o até ela é apenas por trilha, por um caminho curto, mas íngreme e com muitas rochas. No Rosa Norte e Rosa Sul é igualmente possível encontrar mirantes naturais que são bons lugares para se avistar as baleias francas.

Agora, para quem está acompanhado com pessoas idosas, crianças ou prefere locais com melhor o e estrutura, pode optar pela Praia da Vila, no Centro de Imbituba.

No canto norte, próximo à Praia do Porto, há uma arela e um deck para apreciar os grandes mamíferos. Outra opção é a Praia da Ribanceira, onde também há deck de observação.

Mas o local privilegiado mesmo é na Praia de Itapirubá Norte, onde fica o Centro Nacional de Conservação da Baleia Franca, sede do Instituto Australis e do Projeto Franca Austral (ProFRANCA).

Dedicado ao monitoramento da vida marinha e da preservação da baleia franca, o instituto conta com um deck ao ar livre para observação. Ali em frente elas sempre aparecem.

Além da observação em si, o centro de visitantes conta com outros atrativos. No espaço, o turista tem o à réplica de um filhote em tamanho real e o esqueleto de uma baleia franca adulta de 14 metros de comprimento.

Esqueletos de animais marinhos, além de outros empalhados também se encontram por lá. Sem falar na área de educação ambiental que pode ser visitada.

As visitas são gratuitas e precisam ser agendadas pelo contato (48) 3255-0634. De agosto a novembro deste ano, o centro funciona de terças a domingo, das 9h às 12h e das 14h às 17h.

O que fazer em Imbituba? 1y5o1

É também em Imbituba que fica o Museu da Baleia. Situado na Praia do Porto, o espaço fica no prédio histórico “Barracão Manoel Rosa”. O edifício foi a última estação baleeira do sul do Brasil, encerrando suas atividades em 1973. No museu, você poderá conhecer a história da matança das baleias por meio de mapas, ilustrações e painéis.

Compreender como foi perversa a convivência humana com as gigantes do mar é importante para fortalecer a consciência da necessidade da preservação da espécie. Em setembro deste ano, o espaço se encontra temporariamente fechado para reforma.

Além desse importante espaço de memória, Imbituba reserva inúmeros atrativos naturais aos turistas. São nove praias, lagoas, dunas de areia e muitas trilhas em meio à natureza e uma paisagem exuberante. A cidade é também ideal para prática de diferentes esportes, entre eles o surf é claro.

Onde observar baleias francas em Laguna? 3n1k2o

Baleia franca, em Laguna – Foto: Elvis PalmaBaleia franca, em Laguna – Foto: Elvis Palma

Descendo pelo litoral Sul, chega-se a Laguna, distante 35 quilômetros de Imbituba. Por ali, os melhores locais para avistar baleias francas são as praias do Gi, do Mar Grosso e o Farol de Santa Marta.

Em nenhuma delas há decks de observação. Todas possuem mirantes naturais. Na tranquila Praia do Gi, distante oito quilômetros da região central de Laguna, a Pedra do Frade é um local alto que favorece o avistamento. Já na Praia do Mar Grosso, a apenas quatro quilômetros do Centro Histórico, um bom ponto para enxergar as baleias francas são os molhes.

Por fim, em cima do morro onde fica o Farol de Santa Marta, a 75 metros de altura, é também um ótimo local de observação. Para chegar até ele é preciso atravessar o canal da Lagoa Santo Antônio e seguir depois pela rodovia SC-100.

O que fazer em Laguna? 5o1t3v

O Farol de Santa Marta é o maior das Américas e a maior estrutura do mundo construída completamente com óleo de baleia. Inaugurado em 1891, período em que a atividade baleeira matou muitos animais no litoral catarinense, o óleo das baleias era utilizado em uma mistura de argamassa em diferentes edificações.

O farol segue em atividade e pode ser visitado todos os dias pelo lado de fora e na parte interna mediante agendamento pelo e-mail [email protected].

Além das baleias francas, outro cetáceo é muito famoso em Laguna: o Boto Pescador. Cerca de 50 golfinhos conhecidos como “nariz de garrafa”, a espécie mais comum, vivem na Lagoa Santo Antônio dos Anjos e 16 deles auxiliam os trabalhadores do mar.

Funciona assim: eles cercam os cardumes de peixes e os conduzem até a lagoa. Lá, os pescadores jogam a tarrafa para capturá-los. Os peixes que não são pegos pela rede servem de alimento para os botos.

Por conta desse fenômeno, Laguna recebeu o título de Capital Nacional do Boto Pescador. Já a pesca com auxílio dos botos é considerada patrimônio cultural imaterial de Santa Catarina.

Fora essa bonita relação com mamíferos do mar, Laguna é uma cidade riquíssima em história. Terra de Anita Garibaldi, foi ali que a jovem conheceu Giuseppe Garibaldi, líder da Revolução Farroupilha.

No Centro Histórico da cidade, o prédio onde hoje é o Museu Histórico Anita Garibaldi foi o local de onde a República Juliana foi proclamada em 1839.

Soma-se ao roteiro histórico, vários pontos turísticos como o Mercado Público de Laguna e o Morro da Glória. Sem falar nas suas mais de 15 praias com diferentes características e riquezas naturais.

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