Ostras em Florianópolis: saiba onde provar o sabor da comida litorânea 23461f

No restaurante Rancho Açoriano, um dos mais tradicionais de Florianópolis, as ostras são servidas em diferentes tipos e combinações 23 janeiro 2024 às 10h00 6 Minutos Patricia Stahl Gaglioti Enviar no WhatsApp 3h1w64

Para quem vai experimentar ostras pela primeira vez há uma boa orientação: comece pela “ao bafo”, e pela gratinada até chegar a in natura. Isso vai ajudar o seu paladar a se acostumar a esse molusco de sabor suave-salgadinho (do mar), úmido e de textura macia e deslizante (quando ao natural).

Ostras gratinadas - Marcelo Feble
1 5
Ostras gratinadas - Marcelo Feble
Ostra crispy - Marcelo Feble
2 5
Ostra crispy - Marcelo Feble
Ostra crispy - Marcelo Feble
3 5
Ostra crispy - Marcelo Feble
Ostra ao bafo - Marcelo Feble
4 5
Ostra ao bafo - Marcelo Feble
Ostra ao vinagrete - Marcelo Feble
5 5
Ostra ao vinagrete - Marcelo Feble

Depois de provar as três mais pedidas, você estará pronto para mergulhar de cabeça na variedade de preparos de ostras. No restaurante Rancho Açoriano, um dos mais tradicionais de Florianópolis e localizado em um dos bairros mais antigos da cidade, o Ribeirão da Ilha, o chef oferece ao visitante 11 opções, das refrescantes Dona Nininha às levemente crocantes Ostras Crispy, preparadas com alho poró.

Em um cardápio recheado de sabores do mar, o que inclui a famosa moqueca de garoupa e camarão, as ostras são normalmente escolhidas como entrada, sendo a gratinada aquela que mais sai da cozinha — e diretamente do forno — para a mesa dos clientes.

Dário Gonçalves, proprietário do Rancho Açoriano, garante que a gratinada da casa, servida em porção de 12 unidades, em uma louça bonita e com encaixe apropriado para a iguaria, é diferente das demais. O segredo é um creme de queijo, que ele não revela qual é, responsável por envolver a ostra, e a qualidade do parmesão que vai por cima.

Neste caso, o paladar é inundado pelos queijos e, na boca, o molusco aparece apenas com sua textura macia. Mesmo tendo uma pequena colher à disposição, com a qual se comem os diferentes preparos, no caso da gratinada o bom mesmo é tirar com os dentes o queijinho queimado que fica na borda da concha. Nem mesmo o ambiente sofisticado do restaurante impede que os clientes recorram à tradicional e gostosa forma de não desperdício.

Como o molusco é esponjoso, ele incorpora o sabor das combinações que recebe. Por isso, para realmente conhecer a ostra é preciso prová-la ao natural, no máximo na companhia de umas gotas de limão ou de um leve vinagrete por cima.

Neste caso, a técnica mais comum é inclinar a concha na boca e deixar que a ostra escorregue para dentro. Mastiga, mastiga e engole. No fundinho do paladar você pode perceber uma nota frutífera, que se parece com o sabor de melancia. É suave e refrescante. Quem já está familiarizado e gosta de frutos do mar vai apreciá-la muito facilmente.

Em Florianópolis, as pessoas gostam e muito, mas nem sempre foi assim. Quando Dário começou a cultivar ostras por hobby lá na década de 1980 — ele foi o segundo a fazer isso no Ribeirão da Ilha —, teve de ir acostumando o paladar dos amigos, até então meio ressabiados.

O costume deu tão certo que tão logo ele e sua então esposa começaram a servir ostras, o pequeno rancho onde ele guardava seu barco e recebia os amigos teve de ser ampliado para ar tamanha procura. À medida que as pessoas iam buscando, os sabores iam variando e o local, se expandindo.

Onde hoje ficam as mesas no piso térreo do restaurante era, no começo, um quintal de areia da casa vizinha, que foi comprada para ampliação do negócio e substituída pelo mezanino do estabelecimento.

Com o tempo, a fachada voltada para a rua ganhou cores fortes e uma aparência que reproduz o estilo arquitetônico luso-brasileiro, herança dos açorianos em Florianópolis.

Já os fundos são voltados para a Baía Sul, com vista para o mar, para uma estreita faixa de areia e para as gaivotas que dão rasantes livres por lá em busca de peixes. Sobre a baía, avança o trapiche da casa, cujas mesas são as mais disputadas.

A comida gostosa, a beleza da vista e o primor da decoração fazem o Rancho Açoriano ser um restaurante para se demorar. Daqueles com hora para chegar e sem hora para sair.

De portas abertas das 11 horas às 23 horas (de segunda a sábado, exceto terças, quando o estabelecimento fica fechado), lá é possível comer ostras e frutos do mar a qualquer hora do dia e sem cerimônias. Aos domingos, o espaço funciona das 11 horas às 16 horas.

Se no ado eles começaram a vender ostras porque não conseguiam consumir tudo o que cultivavam apenas como hobby, atualmente os clientes dão conta de comer 500 dúzias por semana entre as duas unidades do restaurante (há uma também no bairro de Coqueiros). Com o ar do tempo, Dário preferiu abrir mão da fazenda de cultivo e deixar a função para uma terceirizada, de quem agora compra as ostras.

Antes de chegar ao seu prato uma “Ólho Ólho” — com molho bechamel, alho poró, queijo gruyère e parmesão — o trabalho é árduo. As sementes de ostras são compradas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a responsável, junto com a Epagri, por alavancar o cultivo em Floripa na década de 1980.

Até o tamanho comercial, lá se vão oito meses em que am do berçário para as lanternas intermediárias até chegarem nas definitivas, mergulhadas na água da baía.

De lá elas saem para o beneficiamento, onde as conchas recebem água com cloro por um tempo determinado a fim de desinfecção. Tudo é monitorado pela Epagri, além de o restaurante ter laboratório contratado para a conferência do controle de qualidade semanalmente. É justamente este rigoroso trabalho que faz a fama das ostras em Florianópolis, dando sabor e confiança em seu consumo.

Florianópolis é responsável por quase 80% da produção nacional e abastece restaurantes de todo o Brasil. Agora, a verdade seja dita, acho mesmo que não há lugar melhor para comer ostra do que na própria Ilha da Magia, no próprio Rancho Açoriano. Experimente!

Como chegar ao local 4u4r51

O Rancho Açoriano está na Rodovia Baldicero Filomeno, 5618 – Ribeirão da Ilha. O bairro fica na região Sul de Florianópolis, a cerca de 20 quilômetros do Centro.

O trajeto até lá a pela Rodovia Governador Aderbal Ramos da Silva (Via Expressa Sul), Rodovia João Nilson Zunino e pela Rodovia Aparício Ramos Cordeiro.

Aproveite o eio 371j2h

Na mesma rua do Rancho Açoriano você encontrará vários exemplares da arquitetura luso-brasileira. O bairro é o que reúne o melhor conjunto deles em Florianópolis. Inclua uma parada na histórica Igreja Nossa Senhora da Lapa.

Com as mesmas características do Ribeirão da Ilha, só que banhado pela Baía Norte de Florianópolis, coloque no roteiro o tradicional Santo Antônio de Lisboa.

Estando na Ilha da Magia, não deixe de conhecer a pé seu Centro Histórico, e ar a tarde ou curtir a noite em seu coração turístico: a Lagoa da Conceição.

Vale, com toda certeza, uma foto no cartão-postal, a Ponte Hercílio Luz, que é exclusiva dos pedestres aos finais de semana. Há muita, muita coisa para fazer em Florianópolis.

Explore mais conteúdos da cidade 1h2v1k

Turismo do sono: cidades catarinenses ideais para relaxar e dormir 1f171g

Pesquisa apontou três cidades de Santa Catarina entre os melhores destinos para turismo do sono. Conheça quais são e o que oferecem

Corrida de rua: 11 opções para participar ainda no 1º semestre de 2025 em Florianópolis 1r6u4y

Com calendário diversificado, Florianópolis tem corrida de rua com paisagens deslumbrantes, para todos os perfis de corredores