As praias de Governador Celso Ramos viraram refúgio para quem quer fugir da badalação de points famosos da Grande Florianópolis, como Jurerê, Canasvieiras ou Campeche, sem perder o contato com a natureza exuberante.

A cidade, com pouco mais de 14 mil habitantes e distante a cerca de 40 quilômetros da Capital, possui um dos principais patrimônios do litoral brasileiro – a Reserva Biológica do Arvoredo, com sítios arqueológicos, históricos e ecológicos, além de antigos naufrágios que aguçam a curiosidade e atraem mergulhadores, e a Ilha de Anhatomirim, onde é possível visitar uma fortaleza do século 18.
O município ocupa uma península com recortes que formam uma costa com mais de 40 praias – algumas com ótima infraestrutura como a praia de Palmas, outras completamente desertas, como Ilhéus e Sissial. Mesmo com grande procura de viajantes, em Governador Celso Ramos a exploração do turismo segue alinhada com a preservação da natureza.
O desenvolvimento do turismo na cidade coincide com a criação de Palmas do Arvoredo, loteamento na praia de Palmas que completa 25 anos em 2022.

Ainda nos anos 1990, em um terreno de 800 mil metros quadrados, ladeado por montanhas e diante de uma praia de areia e água limpas, os empresários e sócios Augusto Prolik e Mário Petrelli optaram por um empreendimento com soluções para garantir o melhor uso do espaço urbano e com infraestrutura para preservar o meio ambiente.
Deu certo: até hoje, com moradores que vivem ali o ano inteiro e veranistas, a praia segue limpa e preservada. A oferta de pousadas, hotéis e apartamentos, além de restaurantes, bares e serviços, faz com que ela seja o ponto de partida ideal para quem quer conhecer melhor a região.
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Rodrigo Gutierrez Martins do Valle, conhecido como Rodrigo Pirata, acompanhou de perto o desenvolvimento em Palmas. Os pais costumavam acampar no bairro desde os anos 1970.
Quando nasceu, em 1983, ou a veranear em acampamentos, quando ainda não tinha nem água, nem luz na localidade. Aos 17 anos, foi morar em Governador Celso Ramos e hoje comanda uma pousada, uma barraca e um restaurante na praia.
“O turismo na região tem aumentado muito, mas ainda está preservado, não é explorado como em outros lugares. Temos um potencial gigante aqui, principalmente se conseguirmos manter nossas águas, matas e morros. Nós que trabalhamos com turismo percebemos que as pessoas vêm pelas belezas naturais, fugindo de praias mais saturadas ou poluídas”, comenta.
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Banana boat, jet ski, lanchas, escunas, stand-up paddle e caiaques são apenas algumas das possibilidades oferecidas em Governador Celso Ramos para quem ama estar no mar. Um dos points mais famosos é o Tinguá, que virou reduto de lanchas, mas há também opções de eios até a Baía dos Golfinhos, Anhatomirim e Ilha Grande.

“O eio de escuna escancara Governador Celso Ramos. Quando os turistas am pelas praias eles ficam deslumbrados com as belezas naturais escondidas, que só os nativos conhecem. Nosso eio mais buscado dura três horas, com saída de Calheiros. a por várias praias desertas, com parada na Ilha Grande e também em uma prainha deserta surpresa”, diz Vamberto Marcílio Venâncio, empresário dono da agência Piratas dos Ganchos Tour.
Nesses eios, é possível conhecer locais como as praias da Velha, do João de Campo ou do Marcelo. Uma curiosidade: muitas delas são batizadas com os nomes de pessoas que possuíam ou possuem os terrenos à beira-mar.
De família nativa e tradicional de Ganchos de Fora, bisneto, neto e filho de pescadores, Vamberto brinca que é mais nativo que o siri. Apesar de ter cursado istração antes de empreender no segmento náutico, ele atribui à pesca muitos dos ensinamentos que teve.
“Para mim, uma das melhores escolas foi a pesca. Não tem aprendizado melhor para o turismo náutico do que trabalhar em barco”, diz.
Inclusive, além de eios mais tradicionais, outro modelo que tem sido buscado por turistas e moradores da região é o de pesca, que pode ter duração de seis ou 12 horas.

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Outro tesouro turístico de Governador Celso Ramos, além da natureza, é o seu ado. A vila de pescadores Armação da Piedade foi sede do maior e mais importante núcleo baleeiro catarinense.
O local, também muito procurado por turistas, era ponto de partida de arpoadores que se arriscavam em precárias embarcações na missão de capturar as baleias franca, que atualmente procriam e amamentam seus filhotes tranquilamente em águas catarinenses protegidas por leis ambientais.
Gancheiro – é o gentílico de quem nasce em Governador Celso Ramos. O nome é uma herança da época das baleeiras. Gancheiro é o arpoador do mamífero marítimo.
40 km é a distância a partir do Centro de Florianópolis para Governador Celso Ramos