Entenda como o ciclone bomba afetou os veleiros da The Ocean Race na jornada até Itajaí 6x4p13

Fenômeno intensificou ventos no final de semana e trouxe dificuldade à navegação nos últimos dias 3r323f

O ciclone bomba que ou pelo oceano no final de semana e trouxe mudanças no clima e na paisagem de Santa Catarina influenciou também o caminho dos veleiros da The Ocean Race até Itajaí, no Litoral Norte catarinense. É o que explica o responsável pelo Laboratório de Climatologia da Univali, professor Sergey Araújo.

Condições climáticas foram desafio na reta final para Itajaí – Foto: 11th Hour Racing/The Ocean Race/Reprodução/NDCondições climáticas foram desafio na reta final para Itajaí – Foto: 11th Hour Racing/The Ocean Race/Reprodução/ND

Os dois primeiros barcos chegaram entre a madrugada e o início da manhã de domingo (2) em Itajaí. Já os outros dois barcos, que estavam mais atrás na competição, completaram a etapa da regata entre o amanhecer e o início da manhã desta quarta-feira (5).

A trajetória dos barcos nas milhas finais até Itajaí pode ter sido influenciada pela agem do ciclone bomba, que atuou sobre o Oceano Atlântico, entre Argentina e Uruguai, no final de semana.

A Defesa Civil estadual considerou o fenômeno que trouxe fortes ventos e ressaca em boa parte do litoral catarinense como um “ciclone bomba”, que é um ciclone extratropical intenso com ventos muito fortes, que pode causar estragos e danos materiais. Ele recebe esse nome por conta da rápida queda de pressão atmosférica que ocorre no centro do ciclone, causando um “efeito bomba”.

“Quanta mais baixa a pressão atmosférica for no núcleo desse sistema, mais forte serão os ventos associados. Ventos mais fortes sobre oceano, maior ondulação. Imagine um prato de sopa e você assoprando. Quanto mais forte assopra numa direção, maior a ondulação”, explica Sergey.

Carta sinótica mostra formação do ciclone bomba no oceano – Foto: Marinha do Brasil/Reprodução/NDCarta sinótica mostra formação do ciclone bomba no oceano – Foto: Marinha do Brasil/Reprodução/ND

O especialista explica que um fenômeno como esse pode trazer consequências para a navegação, especialmente para os veleiros que dependem da direção e força do vento para se movimentarem.

Os barcos das equipes contam com sistemas computacionais e de navegação para acompanhamento das condições de tempo e mar, especialmente de pressão atmosférica e ventos.

“Pensando num veleiro, que se move principalmente com a força do vento, seu capitão decide sua pista. Se precisa de maior velocidade, se deslocará mais próximo do núcleo onde tem vento mais forte e seus riscos associados, como rasgar uma vela ou quebrar o mastro. Se estiver bem colocado, com folga, se deslocará para uma área com vento menos intenso, com menor risco”, detalha.

Inicialmente, a previsão da organização era que os primeiros barcos chegassem na manhã de domingo, e o segundo grupo durante a segunda-feira (3). A distância entre as chegadas, contudo, se ampliou. O primeiro veleiro, Team Malizia, chegou por volta das 2h da manhã de domingo. Na sequência veio a equipe Holcim – PRB, por volta das 8h da manhã.

Já a segunda leva de barcos chegou somente nesta quarta-feira (5). A equipe do 11th Hour Racing Team desembarcou em Itajaí às 5h e a Biotherm por volta das 8h.

O responsável pelo LabClima propõe uma explicação para a movimentação dos barcos. Ele aponta que, segundo os modelos de vento do Instituto Nacional de Meteorologia para os dias 1, 2 e 3 de abril, os ventos eram de direção sudoeste e sul.

Rastreador que mostra trajetória dos veleiros também registrou condições climáticas enfrentadas – Foto: The Ocean Race/Reprodução/NDRastreador que mostra trajetória dos veleiros também registrou condições climáticas enfrentadas – Foto: The Ocean Race/Reprodução/ND

“Para os barcos que estavam navegando para Itajaí nesses dois dias pegaram ventos mais fortes e numa direção que empurravam os barcos. Essa condição ajudou os barcos a navegarem mais rápidos”, explica.

Já na segunda-feira (3), os ventos entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina eram de direção nordeste e mais fracos. “Essa direção (de frente) e a intensidade mais fraca prejudica os barcos que estão navegando em nossa direção”, esclarece o professor.

Sergey ainda afirmou que na terça-feira (4) o vento estava novamente na direção sul, o que colaborou com a chegada dos veleiros.

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