“Tudo o que eu tenho eu devo ao esporte. Minha educação, experiência de vida, tudo isso o esporte me deu”. Este é o depoimento do velejador Alexandre d’Eça Neves, de 49 anos, morador de Florianópolis.

Trazendo o esporte na “veia” como herança de família, Alexandre herdou a paixão pela vela do pai, Rodrigo D’eça Neves, e ou para o filho Davi Melatti d’Eça Neves, de apenas 12 anos, que já tem no currículo o título de campeão mundial sub-12 de Optimist.
No dia dos pais, comemorado neste domingo (14), o Arena ND+ traz este depoimento especial, de como o amor pelo esporte pode unir ainda mais pais e filhos.
“O esporte na minha família é um efeito cascata. Meu pai velejava e em 1979, com 4 anos, eu já entrei em uma escolinha de vela”, conta Alexandre.
“Com 5 anos entrei em outra escolinha e com 6 já comecei a competir. Fiz a mesma carreira que o Davi [filho] está fazendo, porém, mais modesta”, completa.
Na carreira, Alexandre contabiliza 12 títulos Sul-Brasileiros, 15 Estaduais, um Sul-americano e um Mundial, conquistado no ano de 2009 na Espanha.
Aos 49 anos, a vela não deixou de fazer parte da vida de Alexandre, porém, hoje é mais uma forma de “lazer”. “Sou formado em istração com bacharel em comércio exterior. Hoje trabalho com duas marcas de material de Windsurf, tenho uma escola de Vela, além de trabalhar como técnico e professor”, conta.
Hoje ele ainda compete, porém, sem o mesmo “apetite” dos tempos de glória na carreira.
“O Windsurf requer muito preparo físico, não tenho tempo para treinar como antes. Hoje é um hobbie. Os campeonatos eu encaro como se fosse um congresso, reúne as pessoas, você fica sabendo de tudo o que acontece”, relata.
Nascimento do filho 322g6w
Com o nascimento do filho Davi em 2010, Alexandre acabava levando o pequeno para o acompanhar.
“Na época estava no auge da competição, ele [Davi] com cinco, seis meses já começou a me acompanhar. Outros competidores pelo Brasil também estavam com filhos na mesma idade na época“, conta o pai.
“Existia o circuito brasileiro com oito etapas, era fácil de viajar com os equipamentos já que era fácil de carregar, então já carregava ele [Davi] junto”, explica.
“Antes de aprender a caminhar ele já estava dentro de um barco. Era normal para ele engatinhar em cima de uma prancha, brincar com os equipamentos e vivenciar isso”, completa.
Segundo Alexandre, Davi praticamente “nasceu” dentro uma escola de vela e pratica o esporte desde os 4 anos.
Com 6 anos, ele começou a competir, participou do Campeonato Brasileiro em 2019 e foi campeão da categoria estreante em 2020. Além disso, foi campeão brasileiro mirim em 2021 e bicampeão sul-brasileiro em 2022.
“Como pai é um orgulho saber que você pratica um esporte e tem o teu filho que faz a mesma coisa que você gosta e ainda de certa forma melhor do que você”, revela Alexandre.
Na opinião do pai, o esporte é um grande ensinamento na vida do filho tanto para a mente, como para o corpo.
“Você aprende a lidar com glórias e derrotas, dificuldades que a vida traz. Além de você manter corpo e mente bem, consigo manter o Davi longe das coisas erradas que o mundo apresenta”, afirma Alexandre.
“Eu não botei ele [Davi] para ser campeão mundial, botei ele para poder ter um estilo de vida, experiências que eu tive, mas ele foi muito além. Hoje eu aprendo muito com ele porque é uma criança, ele dá opiniões certeiras. Fico feliz que ele já está começando a caminhar sozinho, ser independente”, completa.