Para aproveitar o mês das mulheres com boas leituras, o ND+ separou uma lista com dez escritoras fortes, empoderadas e inspiradoras. No dicionário, empoderamento significa: ação de se tornar poderosa, de ar a possuir poder e autoridade. E essa definição é perfeita para marcar as mulheres que lutam pelo seu espaço e documentam suas histórias.
Da esquerda para a direita, Jeruse Romão, Lygia Fagundes Telles e Carolina Maria de Jesus – Foto: 1. Jeruse Romão/Leo Munhoz 2. Lygia Fagundes Telles/Acadêmia Brasileira de Letras 3. Carolina Maria de Jesus/Bienal do Livro
Confira a lista g4x71
1. Jeruse Romão – Florianópolis, Santa Catarina
Nascida em Florianópolis, Jeruse é professora da rede pública e particular, militante nas questões de gênero e cor e fonte de inspiração para mulheres de todas as idades e classes sociais.
Jeruse escreveu o livro sobre a professora, jornalista e política Antonieta de Barros. Em entrevista para o portal ND+, ela conta que a figura é a grande paixão da sua vida. “Mergulhei na história de Antonieta para entender os debates no seu tempo, incluindo a conquista do voto pelas mulheres.”
2. Carolina Maria de Jesus – Sacramento, Minas Gerais
Carolina Maria de Jesus foi escritora, compositora e poetisa brasileira. Seu livro mais conhecido é “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, publicado em 1960.
Ela foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais importantes escritoras do país.
No seu livro, que é mais um diário, Carolina de Jesus é moradora da comunidade de Canindé, em São Paulo, e mãe de três filhos. Ela registra sua rotina como catadora de papel e mostra aos leitores um relato da vida dura dos que moram na periferia paulista.
3. Sheyla Smanioto – Diadema, São Paulo
Sheyla Cristina Smanioto Macedo é uma escritora brasileira contemporânea. Sua obra “Desesterro” é vencedora do Prêmio Sesc de Literatura 2015 na categoria Romance.
É o primeiro livro da autora e trata de forma chocante a situação das mulheres na sociedade brasileira, especialmente sobre a violência pela qual am.
No seu site, Sheila afirma que “’Desesterro’ dá a impressão de transitar entre a realidade e o sonho, trazendo uma versão arquetípica e periférica para o episódio histórico da migração nordestina para São Paulo. Uma história de terror e poesia”.
4. Conceição Evaristo – Belo Horizonte, Minas Gerais
Maria da Conceição Evaristo de Brito é uma escritora brasileira e linguista. Atualmente está aposentada, mas teve uma carreira grandiosa como pesquisadora-docente universitária.
Foi muito influente no movimento pós-modernista no Brasil, época em que escreveu os gêneros da poesia, romance, conto e ensaio.
Conceição é uma voz forte do empoderamento feminino. É militante do movimento negro da família de cozinheiras, doutora em Literatura e escritora de obras que expõem a cultura afro em um resgate de reparação histórica.
5. Lygia Fagundes Telles – São Paulo
Se ser escritor no Brasil já é algo complicado, imagine para Lygia em 1930. Ela foi a quarta ocupante da Cadeira nº 16, na Academia Brasileira de Letras, eleita em 24 de outubro de 1985, na sucessão de Pedro Calmon e recebida em 12 de maio de 1987 pelo acadêmico Eduardo Portella.
Conhecida como a “dama da literatura brasileira”, foi considerada por acadêmicos, críticos e leitores uma das escritoras mais importantes e notáveis da literatura brasileira do século 20.
Sua obra mais famosa foi “Ciranda de Pedra”, publicada em 1954, que narra a história de uma família de classe média abalada em seus alicerces pela loucura, pela paixão e pela morte, segundo a Companhia de Letras.
6. Ana Paula Maia – Nova Iguaçu, Rio de Janeiro
Filha de uma professora de Língua Portuguesa e Literatura, Ana sempre gostou de assistir filmes de terror e sobre o velho-oeste. É formada em Ciências da Computação e Comunicação Social, porém nunca exerceu nenhuma das duas profissões.
A escritora tem seus contos publicados em diversas antologias e foi duas vezes vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura. Atualmente, seus livros ganharam a aceitação dos críticos nacionais e internacionais.
7. Clarice Lispector – Chechelnyk, Ucrânia
Clarice foi uma escritora e jornalista brasileira que nasceu na Ucrânia. Apesar de que seus livros não sejam de militância feminista, assim como Lygia Fagundes, ela desvendou o cenário da literatura brasileira em uma época em que as mulheres eram desprezadas.
Autora de romances, contos e ensaios, é considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século 20.
8. Maura de Senna Pereira – Florianópolis, Santa Catarina
Conhecida como uma mulher à frente do seu tempo, nasceu em 1904, foi professora, jornalista e poeta brasileira. Sua participação mais longa na imprensa de Florianópolis foi no jornal República, onde escreveu por sete anos.
Maura lutava pelo direito das mulheres,como o direito do voto feminino e do divórcio. Ela acreditava que a mulher deveria ocupar outros espaços e não ficar restrita aos cuidados do lar.
9. Marcia Angelita Tiburi – Vacaria, Rio Grande do Sul
Marcia Tiburi é uma filósofa, artista plástica, professora universitária, escritora e política brasileira.
Marcia percorre o país com palestras que debatem o poder da resistência das mulheres, o empoderamento feminino e a necessidade da construção de um mundo mais humano.
10. Lygia Bojunga Nunes – Pelotas, Rio Grande do Sul
Escritora de livros infanto-juvenis, Lygia foi ganhadora do “maior prêmio da literatura infantil e juvenil”: o Hans Christian Andersen.
Autora do livro “A bolsa amarela”, seus livros destacam a imaginação e os universos infantis. Com linguagens curtas, os temas são sobre família, questões sociais e gênero.
Lygia é atriz, dramaturga, autora e professora e, além disso, é membro da SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais). Segundo a Companhia dos Livros, sua carreira começou quando ela tinha 19 anos e após isso trabalhou com televisão e rádio e, por último, descobriu o dom da escrita.
