VÍDEO: Família de gambás aparece dentro de casa de moradora em SC; ‘to tremendo aqui’ 6j1z3s
Os gambás chegaram a cair sobre a moradora de Barra do Sul, mas, apesar do susto, ninguém se feriu
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Navegar para o conteúdo principal da páginaPesquisadores detectaram presença preocupante de coliformes fecais na lagoa do Norte da Ilha, considerada importante aliada nas mudanças climáticas. Santinho a por obras que prometem corrigir a falta de saneamento básico na região, mas construção de uma elevatória de esgoto dentro da Unidade de Conservação divide órgãos ambientais e traz fantasma de um novo desastre ambiental
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Excêntrica, fechada e de poucos (mas bons) amigos. Tem quem morou a vida toda ao lado dela, mas sequer a viu. São esses os traços da Lagoa do Jacaré, em Florianópolis, localizada dentro de um recente parque municipal.
A lagoa é forasteira até no nome, dado em homenagem a um animal que não vive mais lá – e possivelmente nunca viveu, pois seus vizinhos mais antigos dizem nunca terem visto. Enquanto isso, especialistas consultados pela reportagem apenas supõem o seu paradeiro.
A Lagoa do Jacaré vive em meio à glória e degradação. Este sistema hídrico conquistou a segunda unidade de conservação mais jovem da cidade, o Parque Natural Municipal da Lagoa do Jacaré das Dunas do Santinho, exclusivo para sua sobrevivência. Mas a falta de rede de esgoto no Santinho contribui para a sua degradação.
Uma concentração preocupante de coliformes fecais foi constatada em estudo publicado em maio de 2021 – o mais recente identificado pela reportagem -, conduzido pelos professores Leonardo Rorig e José Bonomi Barufi (ambos do Lafic – Laboratório de Ficologia da Universidade Federal de Santa Catarina). A pesquisa classificou esta lagoa no limite da sua saúde.
O volume de água da Lagoa do Jacaré pode chegar a 37 mil m³, segundo dados do Lafic. Isso significa que dentro da lagoa podem ser instaladas quase vinte piscinas olímpicas de água doce. Sem rios que a alimentam e localizada em meio às dunas, ela pode ser classificada como uma lagoa de afloramento: quando as águas chegam até ela por meio do lençol freático e das chuvas.
Esses detalhes a tornam uma importante aliada em tempos de mudanças climáticas. Em caso de estiagem, a Lagoa do Jacaré pode ser um reservatório natural de água doce, avalia o biólogo Marlon Daniel da Silva, gerente de laboratório de análises ambientais do IMA (Instituto do Meio Ambiente) de Santa Catarina. Isso ocorre por conta do seu “efeito esponja”.
“Ela filtra e acumula água. Depois distribui aos poucos para outras áreas”, detalha o professor Leonardo Rorig. “Como ela retém e libera aos poucos, consegue deixar os sistemas todos mais hidratados e estáveis. Acaba sendo uma defesa natural contra as mudanças climáticas. Se você tem um fluxo de água doce em direção ao mar, a erosão costeira é dificultada”.
A extensão da lagoa foge aos olhos: quem pensa que ela se restringe ao “círculo” de água visível dá com os burros n’água. A maior parte está abaixo de um imenso tapete verde. Cerca de 12 mil m³ correspondem ao espelho de água, enquanto outros 25 mil m³ estão escondidos, revestidos por vegetação.
Corticeiras, arbustos, brachiarias (capim invasor), entre outras espécies, a acobertam como um casaco de couro de crocodilo. Ou tapete, pois ele sustenta qualquer um que caminhe sobre ela, mas molha os pés.
Hercílio Vitor Ferreira dá ainda outro nome para a lagoa, que vem dos tempos de infância: um grande “colchão flutuante”. Conhecido como seu Chiquinho, ele nasceu praticamente ao lado da lagoa, na rua do Tico-Tico. Ainda hoje, aos 74 anos, ele acha esse trecho o maior barato do local.
“Como os pais não nos deixavam pular na água por não saberem a profundidade [algumas partes chegam a três metros], nós brincávamos na beirada. Um pisava aqui, ela [a vegetação] levantava ali”, diz o avicultor, resgatando as memórias divididas com oito irmãos.
Utilizando um arbusto, Rafael Freitag, presidente do ISAS, demonstra a profundidade da área alagadiça da Lagoa do Jacaré – Vídeo: Felipe Bottamedi/ND
Hoje em dia, tanto as partes ‘nuas’ quanto as cobertas da lagoa são de difícil o – o que contribui para o seu estrangeirismo no Santinho. A Lagoa do Jacaré é menos visitada que a Lagoinha do Leste, que está ainda mais distante do meio urbano.
“Outro dia, há dois anos, fiz o rumo onde ela estava [a extensão da lagoa era maior antigamente]. Tu acredita que não vi ela? Mas ela tá la”, diz Chiquinho, que mora ao lado da Unidade de Conservação junto à esposa e o neto.
Terrenos ainda dependentes de desapropriação, plantações, porteiras e cultivo de gado dificultam a visita. Não há entrada. Após atravessar toda essa área, atingir o espelho d’água exige cruzar trilhas abertas por vacas que usam a vegetação flutuante como pasto. Nesse momento é bom tapar o nariz e olhar para o chão. As fezes das vacas se misturam com a água – fator que debilita ainda mais a saúde desta lagoa.
Enquanto fuma o cigarro de palha no terreno herdado do pai, seu Chiquinho lembra do tempo em que ajudava a mãe a lavar roupa nas águas do Jacaré – e depois voltava para a casa com as peças equilibradas na cabeça. A família vivia da roça e do gado numa área que tinha mais de 20 pés de tangerina. Engenhos de farinha e áreas mais descampadas, com menos vegetação, compunham a paisagem do Santinho na época.
“A água bebíamos da fonte”, conta o morador. Ele lembra de quatro fontes instaladas no entorno – todas perto da lagoa, onde estão agora ficam uma casa e um condomínio. E mesmo que essas fontes ainda estivessem abertas, o consumo seria inviável.
“A água era pura. Hoje tá tudo poluído”, diz. Ele deixou Florianópolis aos 13 anos, em 1961, para trabalhar como pescador em Santos (SP). Quando voltou, em 1979, o cenário era outro. O Santinho tinha crescido.
O que o morador percebe pelo cheiro e pela cor foi identificado em coletas realizadas em fevereiro e maio de 2021, quando a presença preocupante de coliformes fecais foi detectada na lagoa.
A análise assinada pelos professores oceanógrafos Leonardo Rörig e José Bonomi Barufi, do Lafic/UFSC, foi feita a pedido da Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara de Vereadores de Florianópolis nos meses que seguiram ao desastre que acometeu a lagoa de evapoinfiltração na Lagoa da Conceição.
É o único estudo recente localizado pela reportagem sobre a qualidade da água da Lagoa do Jacaré. Não há qualquer tipo de acompanhamento periódico dos órgãos ambientais IMA ou Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis), situação que dificulta traçar a evolução desta lagoa. Atualmente apenas três lagoas contam com monitoramento continuado da qualidade da água: a Lagoa da Conceição, a Lagoa das Docas e a Lagoa do Peri.
A reportagem procurou o IMA para localizar outros estudos realizados sobre a lagoa, entretanto o órgão não possui mais os laudos.
Segundo os pesquisadores da UFSC, o dado mais preocupante das análises “se refere a colimetria, ou seja, a análise de bactérias de origem fecal”. O dado é de 1040 UFC/100mL, número que indica a concentração da bactéria no sistema a cada 100ml de água.
“[A taxa] Equivale ao limite para enquadramento em águas doces de classe dois (grupo que engloba águas utilizadas para abastecimento, recreação e pesca, por exemplo)”, assinam os pesquisadores. Os valores “relativamente elevados” de coliformes indicam contaminação por fezes humanas e animais. A Lagoa do Jacaré está recebendo esgoto.
“Pelas características naturais e de localização em Unidade de Conservação seriam esperados valores menores desse parâmetro”. Eles ressaltam que a lagoa tem uma franja de vegetação no entorno que filtra a contaminação – o cenário poderia ser ainda pior sem essa barreira natural.
“Certamente o crescimento urbano descontrolado e sem critérios no entorno, e a ausência de saneamento básico (coleta e tratamento de esgotos e águas pluviais contaminadas) são os forçantes para essa situação”.
Questionada sobre o estudo, a prefeitura de Florianópolis destacou que a realização do Plano de Manejo impulsionará a conservação desta lagoa (veja os detalhes no fim da reportagem).
“Com a elaboração do estudo será possível intensificar as ações de preservação e gestão ambiental, contribuindo com a conservação do espaço. Além disso, também as melhorias no sistema de esgotamento sanitário local terão impacto positivo na lagoa”, informou.
Os pesquisadores da UFSC detectam mais condições preocupantes: o avanço da urbanização, com aterros, muros e despejo de esgoto; a presença de plantas invasoras; e a alteração das características físico-químicas e biológicas da lagoa por consequência.
“É fundamental conter a urbanização no entorno e instalar sistemas de esgotamento, sob risco de comprometimento definitivo da qualidade das águas e colapso ecológico desse sistema de extrema importância”, alertam.
Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população no Santinho entre 2000 e 2010 cresceu 47,6%, ando de 2.521 moradores para 3.723 – o Censo 2022, que trará dados atualizados referentes à ocupação em Florianópolis, é realizado simultaneamente ao fechamento desta reportagem.
Apesar do crescimento, somente agora o bairro recebeu as obras para integração na rede de esgoto. Seus moradores dependem de sistemas individuais de tratamento, que devolvem os efluentes com taxas menores de eficiência, oscilando entre 60% a 80% quando adequadamente instalados. A rede de esgoto, segundo a Casan (Companhias de Água de Santa Catarina), devolve o esgoto tratado com taxas superiores a 95% de eficiência.
Há ainda um cenário importante em construção, destacado por Rörig e Barufi: a instalação de uma elevatória, agora em andamento, em um terreno privado dentro da Unidade de Conservação. O equipamento será responsável por bombear efluentes até a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Ingleses, atualmente construída pela Casan. Orçada em R$ 84 milhões, a obra é feita em parceria com uma empresa japonesa e divide órgãos ambientais, chegando a ser alvo de um inquérito civil instaurado em 2018 pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) – o caso foi arquivado em dezembro de 2020.
Considerando a trajetória do efluente, tecnicamente a região da Lagoa do Jacaré é propícia para o sistema de esgoto. Isso porque ele está na parte mais baixa do bairro, recebendo o benefício da gravidade na hora de distribuir o esgoto e dispensando a necessidade de instalar bombas.
Os trabalhos da Casan também resolvem uma carência histórica do Santinho: a região no entorno não tem rede coletora e os moradores dependem de fossa e sumidouros, cuja “eficiência é de apenas 40%”, argumenta a Casan no processo.
“Hoje o esgoto in natura flui direto para a Lagoa do Jacaré”, ressalta a companhia, ao frisar que a saída para preservar o local é a consolidação da rede de esgoto no bairro.
Apesar de concordarem com a necessidade de saneamento básico no bairro, pesquisadores da Lagoa do Jacaré e o ISAS (Instituto Socioambiental da Praia do Santinho) são contrários ao equipamento. A Floram também deu parecer contrário durante a tramitação da ação do MP. Eles temem um possível vazamento.
O desassossego em relação à obra tem motivo: em um ano, dois desastres ambientais causaram sérios danos às águas de Florianópolis. Em janeiro de 2021 a cidade viu a sua maior tragédia ambiental, quando a lagoa de evapoinfiltração da Lagoa da Conceição chegou ao limite e transbordou efluentes para a laguna que dá nome ao bairro. No início de 2022, por sua vez, a falha em uma unidade de bombeamento provocou vazamento de esgoto no Rio Capivari, no bairro Ingleses.
“Já vimos dois desastres, precisamos lembrar os princípios de precaução e prevenção”, defende o turismólogo Rafael Freitag, presidente do ISAS. Ele é autor do pedido que deu origem à ação civil e esteve envolvido na luta pela transformação do local em parque. O projeto da Casan, definido antes da legislação do parque, teve aval do IMA. Entretanto, o órgão colocou como prerrogativa, pedindo a instalação de um gerador para garantir que quedas de energia não provoquem vazamentos.
Curiosamente a divergência entre os ativistas e a empresa também envolve o reconhecimento do tamanho da lagoa: a área coberta de vegetação, chamada de alagadiça, é ou não parte da lagoa? Para a Casan a obra da elevatória se encontra a 200 metros da lagoa – mas o projeto considera o espelho da água como referência. Se levado em conta o tapete, a estação está praticamente na beirada.
A reivindicação é que a estação seja instalada em um local um pouco mais afastado da Lagoa do Jacaré. Em caso de vazamento por queda de energia, por exemplo, seria possível evitar que o efluente alcance a lagoa. Ou que sejam inseridos meios que evitem danos para a unidade de conservação: a instalação de geradores e sistemas de segurança, por exemplo.
Para dar conta do imbróglio, o promotor Felipe Martins de Azevedo, da 22ª Promotoria de Justiça da Capital, solicitou no âmbito da ação uma perícia técnica sobre os impactos da obra. Ele queria saber, entre outras coisas, se havia possibilidade de instalar a elevatória em outro lugar e se ela representava risco para a Lagoa do Jacaré. Os trabalhos foram conduzidos pela engenheira sanitária Karine Xavier, em junho de 2020.
A profissional avaliou que a construção da elevatória se encontra em local com risco de inundação médio. Em dias de chuva intensa, possíveis vazamentos poderiam alcançar a restinga no entorno da lagoa, “podendo atingir o espelho d’água da Lagoa do Jacaré, trazendo riscos de poluição”.
Ela sugeriu a instalação da elevatória na via pública, em frente a um condomínio no entorno. A alteração representaria encarecimento de 12% no projeto, pois seria necessário bombeamento. A profissional também recomendou monitoramento periódico do espelho d’água.
O promotor decidiu arquivar a ação em dezembro de 2020, após a Casan responder acusando deficiências na análise e que a realocação comprometeria a coleta de esgoto na região. Também justificou que não há como instalar um gerador em via pública, e que desalojar um novo terreno para a elevatória significaria mais burocracia e consequente atraso para o saneamento básico da área.
“Estatisticamente a probabilidade [de um vazamento] é muito baixa”, defende o chefe da Agência Florianópolis da Casan, engenheiro Francisco Pimentel. “Adotamos medidas para evitar. Terão duas bombas em vez de uma e será instalado um gerador”. Segundo o engenheiro, os benefícios que o sistema trará ao melhorar o saneamento da região justificam a obra.
De acordo com Pimentel, a elevatória em construção nas margens da Lagoa do Jacaré contará com um sistema de supervisão virtual – um tipo de tecnologia que já é aplicado em algumas das elevatórias de médio e grande porte da cidade. Ele afirma ainda que ela terá uma capacidade de conter os efluentes por algumas horas, em caso de falha na bomba e no funcionamento do gerador.
Até o fechamento da reportagem, a ETE seguia em construção. A entrega inicial estava prevista para outubro de 2022, mas as restrições impostas e o cenário de crise de saúde provocado pela pandemia atrasaram a finalização, segundo a Casan. O empreendimento deve ser concluído no início de 2023.
Nos primeiros meses a estação atenderá os moradores do bairro Ingleses – hoje atendidos pela ETE Canasvieiras (que por sua vez serão remanejados para a nova). A inclusão de novos bairros, incluindo os moradores do Santinho, ocorrerá de forma gradual, segundo a companhia. Ainda não há cronograma definido.
Criado em 2016, o Parque Natural Municipal da Lagoa do Jacaré é a segunda unidade de conservação mais jovem de Florianópolis – a caçula é a Revis Meiembipe, criada em 2019 e que abrange cerca de 12% de todo o território de Florianópolis em 16 bairros. A Unidade de Conservação que abriga o “tapete verde flutuante de Florianópolis” ainda não tem o seu Plano de Manejo, instrumento que funciona como um plano diretor para as áreas preservadas.
A empresa Geo Brasilis começou a elaborar o Plano de Manejo do Parque Natural Municipal da Lagoa do Jacaré em agosto deste ano, após contrato com a prefeitura de Florianópolis – e que prevê também a realização dos planos de outros seis parques municipais da Capital catarinense. O contrato resolve uma carência compartilhada pelos parques municipais de Florianópolis. Por lei, a prefeitura deve definir a legislação em até cinco anos após a criação dos parques. A irregularidade é generalizada.
Após um estudo detalhado, a cartilha define como deve ser utilizada a região e as ações necessárias para o seu cuidado. “Estudos de fauna, flora, análises de água, dentre outros [realizados durante o Plano de Manejo] vão permitir saber o que deve ser feito, direcionar os recursos e possibilitar uma conservação melhor do parque e da lagoa. É o Plano de Manejo que vai delimitar os usos e as vocações de cada Unidade de Conservação”, explica a superintendente da Floram, Beatriz Kowalski.
Nos próximos meses a Floram deve anunciar um cronograma de audiências com a comunidade, onde serão recebidas sugestões. A ideia é tornar o processo participativo, segundo a fundação. A redação do Plano de Manejo é fiscalizada pelos conselhos consultivos dos parque e pela Depuc (Departamento de Unidades de Conservação da Floram).
É em meio ao vácuo de manejo que as irregularidades se proliferam no entorno do Jacaré, cuja Unidade de Conservação foi regulamentada em 2016. A conservação do sistema foi fruto de décadas de intensa pressão e mobilização por parte da comunidade.
O trabalho foi institucionalizado no ISAS, coletivo que reúne aspectos ambientais, culturais e econômicos do bairro. Hoje eles ocupam um dos assentos no Conselho Consultivo da Unidade de Conservação, com poder de voto sobre questões referentes à istração do parque.
Entre as reuniões do conselho e as conversas internas dos “guardiões” da lagoa e do Santinho discute-se a construção de píer, trilhas e sinalização. A Lagoa do Jacaré é um lugar ainda a ser descoberto. Para Rafael Freitag, “não tem como ter muito amor por algo que não se tem contato”.
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EQUIPE DE REPORTAGEM
REPORTAGEM: Felipe Bottamedi
EDIÇÃO E APOIO REPORTAGEM: Beatriz Carrasco
FOTOGRAFIA: Leo Munhoz
INFOGRAFIA: Gil Jesus
IMAGENS DE DRONE: Jacson Botelho e Karina Koppe
EDIÇÃO DE VÍDEO: Gustavo Bruning
DESIGN PÁGINA PRINCIPAL: Luis Debiasi
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